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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Familiares, amigos e ex-colegas se despedem da Voz do Rádio, Milton Jung

Filho Christian destacou inspiração para toda profissão do radialista

Por Felipe Samuel

Gremista, radialista foi coberto por camisa tricolor

Gremista, radialista foi coberto por camisa tricolor | Foto: Fabiano do Amaral

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Familiares, amigos e ex-colegas compareceram neste domingo ao velório do radialista e locutor esportivo Milton Ferretti Jung, 83 anos, no Crematório Metropolitano São José, em Porto Alegre. Na sala 3 do crematório, dezenas de pessoas se reuniram em torno do caixão - coberto com a camiseta do Grêmio - para a última despedida à Voz do Rádio, como era conhecido. Filhos, netos e a esposa Maria Helena receberam o carinho daqueles que sempre admiraram a trajetória profissional e pessoal do locutor.

Christian, um dos filhos de Jung, lembra que o pai sempre foi exemplo de inspiração na profissão. “Todo mundo conhece o trabalho dele. Sempre foi exemplo de caráter e retidão, por tudo que a gente escutou e por tudo o que a gente viu dele, uma coisa única, uma característica particular. Quando escutam outros exemplos de locutores, a gente se espelha e vê que ele era excelente no que ele fazia. Fica essa herança da voz que a gente tem, uma vez que eu trabalho com locução e o Milton (irmão) também”, afirma.

Milton Júnior recorda as lições deixadas pelo pai, o qual considerava um mestre que ensinou gerações. “Estamos ouvindo das pessoas, as palavras, as histórias que são contadas, que só nos deixam felizes, porque deixam claro a dimensão que ele sempre teve, que a gente já reconhecia, e muita gente reconheceu isso em vida, o que também é bonito”, observa.

Ele reforça que o pai sempre foi um “operário” da notícia. “Ele era um operário na narração esportiva no sentido de saber que tinha que melhorar, se aprofundar, que tinha que ser mais preciso e tinha que lutar por essa precisão. Isso são coisas que ele deixa para todos nós”, completa.

A cerimônia de cremação será realizada nesta segunda-feira, às 11h, no Crematório Metropolitano São José, na avenida Oscar Pereira.

Casada com Jung desde 1981, Maria Helena recorda que o marido gostava de viajar a Tramandaí e à Argentina. No litoral gaúcho, as lembranças são da caipirinha na varanda de casa olhando o movimento à beira-mar. "A gente ia ao mar e ele não deixava eu ir ao fundo, pedia sempre para eu ficar na beirinha", ressalta. No país vizinho, gostava de comprar roupa e tomar um vinho. Maria Helena lembra que futebol, tênis e automobilismo eram os programas prediletos do marido, além de filmes de ação e terror. Na música, gostava de Johnny Cash. "Foi um tempo bonito. Muito importante para o casal é o companheirismo, não é ser casado. O que fica mesmo é o companheirismo, lembrar aquela pessoa como alguém que fazia as coisas que tu fazia e ela fazia contigo o que tu gostava", afirma.


Correio do Povo

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