Filho Christian destacou inspiração para toda profissão do radialista
Por Felipe Samuel
Gremista, radialista foi coberto por camisa tricolor | Foto: Fabiano do Amaral
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Familiares, amigos e ex-colegas compareceram neste domingo ao velório do radialista e locutor esportivo Milton Ferretti Jung, 83 anos, no Crematório Metropolitano São José, em Porto Alegre. Na sala 3 do crematório, dezenas de pessoas se reuniram em torno do caixão - coberto com a camiseta do Grêmio - para a última despedida à Voz do Rádio, como era conhecido. Filhos, netos e a esposa Maria Helena receberam o carinho daqueles que sempre admiraram a trajetória profissional e pessoal do locutor.
Christian, um dos filhos de Jung, lembra que o pai sempre foi exemplo de inspiração na profissão. “Todo mundo conhece o trabalho dele. Sempre foi exemplo de caráter e retidão, por tudo que a gente escutou e por tudo o que a gente viu dele, uma coisa única, uma característica particular. Quando escutam outros exemplos de locutores, a gente se espelha e vê que ele era excelente no que ele fazia. Fica essa herança da voz que a gente tem, uma vez que eu trabalho com locução e o Milton (irmão) também”, afirma.
Milton Júnior recorda as lições deixadas pelo pai, o qual considerava um mestre que ensinou gerações. “Estamos ouvindo das pessoas, as palavras, as histórias que são contadas, que só nos deixam felizes, porque deixam claro a dimensão que ele sempre teve, que a gente já reconhecia, e muita gente reconheceu isso em vida, o que também é bonito”, observa.
Ele reforça que o pai sempre foi um “operário” da notícia. “Ele era um operário na narração esportiva no sentido de saber que tinha que melhorar, se aprofundar, que tinha que ser mais preciso e tinha que lutar por essa precisão. Isso são coisas que ele deixa para todos nós”, completa.
A cerimônia de cremação será realizada nesta segunda-feira, às 11h, no Crematório Metropolitano São José, na avenida Oscar Pereira.
Casada com Jung desde 1981, Maria Helena recorda que o marido gostava de viajar a Tramandaí e à Argentina. No litoral gaúcho, as lembranças são da caipirinha na varanda de casa olhando o movimento à beira-mar. "A gente ia ao mar e ele não deixava eu ir ao fundo, pedia sempre para eu ficar na beirinha", ressalta. No país vizinho, gostava de comprar roupa e tomar um vinho. Maria Helena lembra que futebol, tênis e automobilismo eram os programas prediletos do marido, além de filmes de ação e terror. Na música, gostava de Johnny Cash. "Foi um tempo bonito. Muito importante para o casal é o companheirismo, não é ser casado. O que fica mesmo é o companheirismo, lembrar aquela pessoa como alguém que fazia as coisas que tu fazia e ela fazia contigo o que tu gostava", afirma.
Correio do Povo
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