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terça-feira, 2 de julho de 2019

Como não cair em “furada” no cartão de crédito: instituições aumentam limite sem pedido do cliente

Os juros médios do rotativo chegaram a 299,8% ao ano em junho, segundo o Banco Central. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

1 de julho de 2019 Capa – Você viu, Economia

A facilidade de comprar algo mesmo sem ter imediatamente o dinheiro, é sempre interessante e tentador, ainda mais com o aumento “espontâneo” do limite do cartão de crédito – pesquisa da CNDL aponta que quatro em cada dez usuários de cartão de crédito (38%) receberam alguma oferta de aumento do limite sem que tenham solicitado ao banco ou instituição financeira. Mas o que é visto positivamente pelo consumidor serve de alerta para especialistas: Fujam do endividamento. Eles explicam que essa autonomia pode ter um alto custo e se tornar a grande vilã da saúde financeira.

Isso ocorre porque se o consumidor não conseguir quitar a fatura completa, começará a pagar uma alta taxa sobre o montante devido. Os juros médios do rotativo chegaram a 299,8% ao ano em junho, segundo o Banco Central (BC). Para não cair em cilada e se livrar dessa dívida O jornal O Dia fez uma lista com dicas para ajudar na saúde do bolso.

Confira as dicas

– Pague sempre a fatura total: Com juros tão altos, entrar no rotativo do cartão continua caro e perigoso. Dessa forma, pagar a fatura total é sempre a primeira dica para quem não quer se perder em dívidas. Os juros, de quase 300% ao ano, irão incidir sobre o montante que não foi pago. Por isso, o consumidor deve ficar muito atento para não gastar mais do que sua capacidade de pagamento.

– Não atrase o pagamento: Atrasar a parcela do cartão de crédito também não é uma boa solução. Caso o consumidor atrase por mais de 30 dias, ou não pagar nem o mínimo da fatura, cairá no chamado ‘rotativo não-regular’, onde os juros chegam a 299,80% ao ano.

– Cuidado com compras em pequenos valores: De acordo com especialistas, é muito comum não conseguir pagar a fatura total por não saber o quanto gastou no mês. É bom tomar cuidado com compras baratas e em grande quantidade, que afetam a percepção de gastos e fazem com que o consumidor perca a capacidade de pagamento.

– Planeje: Planejar o quanto cada um pode gastar é essencial. Apesar de oferecer benefícios, o cartão de crédito jamais pode ser utilizado como uma extensão do salário. Lembre-se: a fatura sempre chega. Por isso saber qual é o limite de gastos mensal é o ideal para que as dívidas fiquem sob controle.

– Faça um empréstimo pessoal: Um empréstimo pessoal, em geral, tem juros e taxas menores do que o rotativo do cartão ou o parcelamento de fatura. São inúmeras possibilidades, como crédito consignado, antecipação do 13º, antecipação do Imposto de Renda etc. Diversas operadoras financeiras oferecem essas possibilidades com juros bem menores. Assim, o consumidor poderá resolver o problema com a operadora do cartão antes de a dívida crescer demais. O cuidado, porém, deve estar no planejamento: ao comprometer qualquer renda futura, o consumidor deve estar ciente que não receberá o valor total no futuro. Exemplo: caso ele antecipe o 13º, deve levar em conta que não terá o salário adicional no final do ano.

– Negocie: Com as novas regras, a operadora do cartão é obrigada a direcionar quem tem dívida no cartão para uma linha de crédito mais barata. Isso deverá ser feito logo no primeiro mês da dívida. O consumidor, contudo, não é obrigado a aceitar a oferta logo de cara. Dessa forma, é necessário negociar a melhor linha de crédito (com juros e custos menores) para que o pagamento não comprometa parte considerável da renda.

– Procure um lugar mais barato: Caso haja outra instituição financeira com taxas mais baixas, é possível fazer a portabilidade da dívida. Ou seja, consumidor pode transferir o montante devido para outro lugar. Para isso, contudo, é necessário fazer uma boa pesquisa e pedir o CET de cada um dos bancos para que o valor final da dívida realmente seja menor.

– Peça por parcelas fixas: Quem está enrolado com dividas no cartão de crédito precisa de previsibilidade e planejamento para sair dessa posição incômoda. Por isso, o melhor para a organização das contas é pedir por parcelas fixas mensais para o pagamento do novo empréstimo. Dessa forma, o consumidor poderá saber exatamente quanto precisa separar por mês para quitar o montante, sem correr o risco de a parcela subir conforme o tempo passar.

– Tenha, no máximo, dois cartões: Os bancos e operadoras vivem oferecendo novos cartões de créditos aos clientes com diversas condições especiais. Possuir inúmeros cartões, contudo, pode ser perigoso pois também dificulta o controle do quanto se gasta. Por isso, concentre os gastos em, no máximo, dois cartões de crédito e fique atento ao dia em que vencem as faturas.

– Repense seus hábitos de consumo: Se o consumidor vem atrasando o pagamento ou já parcelou a fatura e continua endividado, está na hora de repensar os hábitos de consumo. Planejar, economizar e não gastar mais do que ganha são os primeiros passos para adquirir uma consciência financeira. Cursos, palestras e estudos sobre educação financeira também são bem-vindos.


O Sul

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