Sobre as mortes dos quatro presos, o presidente da República ressaltou que "problemas acontecem"
Presidente deu as declarações após assinar o contrato de concessão de trechos da ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO) | Foto: Alan Santos / PR / Divulgação / CP
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O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira o trabalho forçado para preso no Brasil. Ele ponderou que a Constituição proíbe tal penalidade, mas disse que é seu "sonho" a existência de presídios agrícolas no país. Ele também afirmou que os quatro presos que estariam envolvidos no massacre de Altamira (PA) e que foram mortos na noite desta terça-feira por sufocamento dentro do caminhão-cela que os transferia para unidades de Belém (PA) morreram porque "com toda certeza, deviam estar feridos".
"Eu sonho com um presídio agrícola. É cláusula pétrea, mas eu gostaria que tivesse trabalho forçado no Brasil para esse tipo de gente, mas não pode forçar a barra. Ninguém quer maltratar presos, nem quer que sejam mortos, mas é o habitat deles, né?", disse Bolsonaro nesta quarta, ao fim de uma cerimônia em que assinou o contrato de concessão de trechos da ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO).
Questionado sobre as mortes dos quatro presos, Bolsonaro respondeu que "problemas acontecem". "Porque uma ambulância, quando pega uma pessoa até doente no caminho, ela pode vir a falecer. O que eu pretendo fazer? ... Pessoal, problemas acontecem, está certo? Se a gente puder, eu vou conversar com o ministro Moro Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública nesse sentido", disse.
O presidente afirmou ainda ter pena dos familiares das vítimas do massacre e defendeu que haja mais "autoridade" em cima dos presos. "A gente espera que seja resolvida essa questão. Se a gente pudesse obrigar o trabalho, mas se pudéssemos ter uma autoridade em cima do presidiário, como o americano tem, seria muito bom para nós", afirmou. Perguntado ainda sobre se haverá ajuda federal para o caso, Bolsonaro afirmou que já existe o fundo penitenciário.
Mortos
Com o assassinato destes quatro presos, o número de vítimas do massacre do Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, sobe para 62 pessoas, maior chacina relacionada a presídios do País neste ano.
Agência Estado e Correio do Povo
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