Medida é uma "resposta forte e proporcional" às ofensivas de Teerã e tem como alvo o líder supremo iraniano, Ali Khamenei
Medida tem como alvo o líder supremo iraniano, e seu gabinete, que, segundo Trump, são responsáveis pela "conduta hostil" do regime | Foto: Mandel Ngan / AFP / CP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (24) um decreto que impõe sanções financeiras adicionais ao Irã. A medida é uma "resposta forte e proporcional" às ofensivas de Teerã e tem como alvo o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, e seu gabinete que, segundo Trump, são responsáveis pela "conduta hostil" do regime.
O anúncio ocorre dias depois de Trump ter dito que preferia pressionar a economia iraniana a lançar um ataque militar imediato em retaliação ao que autoridades americanas disseram ser atos agressivos. "Vamos continuar aumentando a pressão contra Teerã até o regime abandonar medidas perigosas. Nunca o Irã pode ter uma arma nuclear", destacou o republicano.
Em fala a repórteres na Casa Branca, o chefe de Estado acrescentou que "não queremos conflito com o Irã nem com qualquer outro país". Trump ainda destacou estar "ansioso" por derrubar as sanções impostas hoje, o que dependerá da mudança de postura do país persa. Segundo o presidente americano, o Irã espalha "o terror". Ele voltou a criticar o acordo nuclear feito com o Irã em 2015, desfeito pelos EUA em sua gestão, classificando-o como "um desastre". "O Irã é capaz de fazer armas nucleares e isso é inaceitável", afirmou Trump.
A administração Trump já avançou neste ano para cortar todas as receitas das exportações de petróleo iranianas, a força vital da economia do país, e espera-se que as novas sanções tenham como objetivo o fechamento de fontes adicionais de renda com o objetivo de forçar mudanças políticas. O republicano e seus principais assessores de política externa estão apostando que o aperto no Irã obrigará seus líderes a ceder às demandas de seu programa nuclear de maneiras que vão além do acordo que as principais potências mundiais forjaram há quatro anos.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que se reuniu com os governantes da Arábia Saudita em uma viagem de última hora na segunda-feira, também insiste que o Irã deve restringir sua atividade militar regional e acabar com o apoio às milícias árabes parceiras. A imposição de mais sanções poderia provocar novas ações do Irã para aumentar a crise que se desenrolou desde o início de maio no Golfo Pérsico e no Golfo de Omã, dizem analistas.
Autoridades americanas culparam o Irã por dois conjuntos separados de explosões em seis petroleiros ao redor do Estreito de Ormuz, dizendo que o Irã está tentando mostrar sua capacidade e aumentar os preços globais do petróleo em retaliação à campanha de "pressão máxima" da administração. Autoridades iranianas negaram a responsabilidade. Na semana passada, os militares iranianos abateram um drone norte-americano, apesar de os dois países debaterem se o drone estava em território iraniano ou em águas internacionais.
Chanceler iraniano será alvo de sanções ainda "esta semana"
Os Estados Unidos vão impor sanções contra o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamed Javad Zarif, e congelar "bilhões de dólares" de ativos adicionais do país, anunciou nesta segunda-feira o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. Washington incluirá Zarif na lista de sanções econômicas "esta semana", na qual também introduzirá oito comandantes da Guarda Revolucionária do país, o corpo militar ideológico do regime.
Correio do Povo e AFP
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