terça-feira, 4 de junho de 2019

STJ decide no dia 18 se réus do Caso Kiss vão a júri popular

Recurso especial do MP e da Associação dos Familiares de Vítimas da Tragédia de Santa Maria tenta reverter a decisão do TJ/RS

Por Laura Gross / Rádio Guaíba

Recurso especial do Ministério Público tenta reverter decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

Recurso especial do Ministério Público tenta reverter decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decide, em sessão no dia 18 de junho, se os quatro réus do caso Kiss vão ou não a júri popular. O recurso especial do Ministério Público (MP) e da Associação dos Familiares de Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) tenta reverter a decisão do Tribunal de Justiça (TJ/RS) que acolheu, em 2017, o pedido dos acusados, de não serem levados a um julgamento popular. O incêndio na casa noturna, na região Central do Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas e deixou mais de 630 feridas, em janeiro de 2013.

Após a decisão, ainda há possibilidade de recurso junto ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à Rádio Guaíba, o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Fabiano Dallazen, garantiu, no início do ano, que “todas as instâncias serão esgotadas” para levar o caso a júri popular.

No ano passado, o TJ/RS manteve a decisão que livra os réus de veredito popular. O 1º Grupo Criminal negou o recurso, por unanimidade, em sessão que durou apenas 15 minutos.

O recurso acolhido, encaminhado pela defesa dos réus, desagrava a pena de homicídio doloso (com intenção de matar) para homicídio culposo (sem intenção). Com isso, o caso não vai mais a júri popular, devendo ser examinado por uma câmara criminal comum, em Santa Maria. A decisão abrange ex-donos da boate e integrantes do grupo Gurizada Fandangueira, que fazia show no local no dia do incêndio.

Respondem pela tragédia os empresários Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, além dos músicos Marcelo Santos e Luciano Bonilha.

Relembre o caso

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, deixou 242 mortos e 636 feridos na madrugada de 27 de janeiro de 2013. Um sinalizador utilizado pelo vocalista da banda Gurizada Fandangueira atingiu o revestimento de espuma da boate, gerou chamas, liberou fumaça tóxica e matou por asfixia um total de 231 pessoas. Outras 11 vítimas faleceram nos dias seguintes.

Posteriormente, verificou-se que reformas efetuadas na boate, que incluíram o revestimento inadequado e a presença de barras metálicas, acabaram influenciando na tragédia. Igualmente, a investigação da polícia apontou que a boate operou superlotada no dia do incêndio. Falhas referentes à emissão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI), emitido pelo Corpo de Bombeiros, também foram contabilizados na lista de fatores que levaram ao incêndio.

Seis anos e meio após a tragédia, nenhum dos responsáveis recebeu punição.


Rádo Guaíba e Correio do Povo

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