Sobre fim da multa a quem não transporta crianças em cadeirinhas, no banco de trás, presidente disse que medida vigente hoje "é um negócio direcionado para tirar dinheiro do povo"
Publicado por
Ricardo Pont
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, hoje, na capital goiana, que, pessoalmente, defendia uma elevação ainda maior, de 20 para 60 pontos, no limite para suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas que essa não pode ser uma decisão só dele. “Porque, afinal de contas, a indústria da multa vai deixar de existir no Brasil, como em Goiás”, disse. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Nessa terça, Bolsonaro entregou pessoalmente à Câmara dos Deputados um projeto de lei que muda o Código de Trânsito Brasileiro. Dentre os vários pontos, a proposta amplia de 20 para 40 pontos o limite para suspensão da CNH e elimina exames toxicológicos para motoristas profissionais, como caminhoneiros, por exemplo. As duas medidas eram promessas feitas a transportadores de carga, ainda durante a campanha eleitoral.
Segundo especialistas, a ampliação do limite de pontos gera risco de elevar o número de acidentes e mortes no trânsito. Para que as mudanças entrem em vigor, o projeto precisa ser discutido no âmbito das comissões e, depois de aprovado, apreciado pelo plenário da Câmara e do Senado. De acordo com o presidente, a proposta parece simples, mas não é.
“Fui lá na Câmara dos Deputados, falei com o presidente Rodrigo Maia, o nosso aliado em vários projetos, apresentar um projeto para fazer com que a Carteira Nacional de Habilitação passe sua validade de cinco para 10 anos. Para que o caminhoneiro que transporta aqui o que o Centro-Oeste produz não perca sua carteira com 20 pontos, e, sim, com 40 pontos. Por mim, eu botaria 60 (pontos)”, disse Bolsonaro.
Sem multa para não-uso da cadeirinha
A proposta entregue ontem por Bolsonaro também acaba com a multa para quem não usa cadeirinhas para crianças, no banco de trás. Ainda conforme o Estadão, O presidente afirmou que a infração continua valendo e que apenas a cobrança da multa deixa de existir. Pelo projeto, os infratores nesse caso serão apenas advertidos por escrito.
“Quero ver se vão continuar multando. Lá no Rio de Janeiro o que é comum: O pessoal faz plantão em cima de escola onde o pai paga R$ 3 mil, R$ 4 mil de mensalidade. Escola pobre não tem multa. Então é um negócio direcionado para tirar dinheiro do povo. Continua punição na carteira, pontuação. Tiramos o dinheiro fora.”
O presidente informou ainda que acertou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a contratação de 1 mil servidores para a Polícia Rodoviária Federal e voltou a dizer que vai extinguir os radares móveis na malha federal.
“Hoje em dia tem pardal escondido para tudo o que é lugar, além dos móveis. O trabalhador, o motorista de ônibus, táxi ou caminhão, não perde a carteira (de motorista), perde a carteira de trabalho”, disse.
Rádio Guaíba
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