terça-feira, 11 de junho de 2019

Dallagnol enfatiza em vídeo que provas contra Lula "eram robustas"

Procurador da Lava Jato garantiu que Sérgio Moro foi imparcial em julgamento

Promotor citou 54 acusações que foram negadas por Moro

Promotor citou 54 acusações que foram negadas por Moro | Foto: Reprodução CP

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato, publicou um vídeo em seu Twitter nesta segunda-feira, no qual presta "esclarecimentos à sociedade sobre os recentes ataques à força-tarefa". Dallagnol se referiu aos diálogos publicados pelo site The Intercept entre ele e o ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. O procurador afirma que as provas contra o ex-presidente Lula são robustas. “Tanto eram robustas que nove julgadores em três instâncias diferentes concordaram com a robustez das provas e condenaram o ex-presidente.”

As conversas sugerem interferência direta de Moro nos rumos da Lava Jato, inclusive "arranjo" e reordenamento das fases da grande operação que desmontou esquema de corrupção e cartel na Petrobras. A Procuradoria da República, no Paraná, afirma que um hacker invadiu suas comunicações pelo aplicativo Telegram e se aproveitou de "falhas estruturais na rede de operadoras de telefonia móvel" para clonar números de celulares de seus procuradores.

No vídeo, Dallagnol afirma que a Lava Jato Curitiba sofreu um ataque gravíssimo por parte de um criminoso. “É muito natural, é muito normal que procuradores e advogados conversem com o juiz mesmo sem a presença da outra parte. O que se deve verificar é se nessas conversas existiu conluio ou quebra de imparcialidade”, declarou.

“A imparcialidade na Lava Jato é confirmada por muitos fatos. Centenas de pedidos feitos pelo Ministério Público foram negados pela Justiça, 54 pessoas acusadas pelo Ministério Público foram absolvidas pelo ex-juiz federal Sérgio Moro. Nós recorremos centenas de vezes contra decisões judiciais, o que mostra não só que o juiz não acolheu o que Ministério Público queria, mas mostra que o Ministério Público não se submeteu ao entendimento da Justiça.”

Dallagnol citou o caso triplex, processo pelo qual o ex-presidente Lula cumpre pena em Curitiba há um ano por corrupção e lavagem de dinheiro. Em abril, o petista foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão. Lula já havia sido condenado pelo então juiz Sérgio Moro, em julho de 2017, a 9 anos e seis meses, e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) a 12 anos e 1 mês de prisão em janeiro de 2018.

O The Intercept informou que, pelo teor das conversas, Deltan teria duvidado das provas contra Lula horas antes de oferecer a denúncia. “As provas do caso triplex embasaram a acusação porque elas eram robustas. Tanto eram robustas que nove julgadores em três instâncias diferentes concordaram com a robustez das provas e condenaram o ex-presidente Lula”, declarou.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário