terça-feira, 21 de maio de 2019

Tabela do frete é acusada de tirar renda do caminhoneiro e pôr no bolso das transportadoras

  • Folhapress

Desde a implementação da tabela do frete, receita dos caminhoneiros já teria caído 20%, segundo CNI

Desde a implementação da tabela do frete, receita dos caminhoneiros já teria caído 20%, segundo CNI| Foto: Albari Rosa

Herança da paralisação dos caminhoneiros, em maio de 2018, a tabela do frete de cargas é alvo de discórdia entre os dois extremos que brigam pela sua regulação.

Caminhoneiros autônomos, de um lado, se queixam do cálculo atual e da falta de fiscalização do seu cumprimento.

De outro, representantes do agronegócio e da indústria argumentam que a tentativa de controlar preços é impraticável e prejudicial à atividade econômica do país.

De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o tabelamento provocou redução de R$ 7,2 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto), queda de 0,11%.

A proposta de nova metodologia para cálculos dos fretes mínimos desenvolvida pela Esalq-Log, da USP (Universidade de São Paulo), ainda está em fase de audiências públicas e o objetivo de se atender às demandas dos dois grupos parece longe de acontecer.

A princípio, a nova tabela entra em vigor em 20 de julho.

Para Pablo Cesário, da CNI, o tabelamento é uma política pública fadada ao fracasso. "Desde a implementação, os autônomos tiveram redução de 20% na receita, enquanto as empresas de transporte tiveram aumento de 28%", diz.

De maio de 2018 até hoje, foram seis reajustes na tabela.

Para a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade contra o dispositivo, esses ajustes criam imprevisibilidade para o produtor.

"No total, os preços do frete foram reajustados 6,12%. O IPCA entre maio de 2018 e março de 2019 foi de 3,93%, ou seja, o reajuste foi maior do que a inflação", diz Elisangela Pereira, assessora técnica da entidade.

Para ela, a instabilidade nos valores do frete tem impactado sobretudo para os produtores que trabalham com venda futura. "Há um receio muito grande de comprar antecipadamente, porque não tem como prever os valores futuros do frete", explica Pereira.

Leonardo Gadotti, presidente-executivo da Plural (associação das distribuidoras de combustíveis), diz que o setor perdeu 1% de volume de mercado no ano passado e critica a falta de resolução de um impasse que se arrasta.

Economia é o problema
"O problema do caminhoneiro nunca foi o preço efetivo do diesel, do pedágio ou do frete: o problema é que, por causa da desaceleração econômica, não tem carga para ser transportada no Brasil. Como resolver um assunto quando o problema é que o país precisa crescer?"

Em relação a fevereiro, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de março recuou 0,28% e emendou o terceiro resultado mensal negativo. Na comparação com o mesmo mês de 2018, o indicador caiu 2,52%.

Edeon Vaz Ferreira, diretor do movimento Pró-Logística, que une produtores de soja e milho, diz que a rentabilidade do setor está comprometida.

"Por causa do frete, estamos tendo aumento de custo entre 30% e 45% para a soja. Não conseguimos transferir nem parte dessa alta para o produto final, porque somos o único elo da cadeia que não põe preço no produto, o valor é definido pelas cotações internacionais", diz.

"É incondizente com a lei de mercado você ter uma tabela obrigatória. A decisão foi tomada em um momento emergencial, de paralisação, mas ficou comprovado que não funcionou. Uma tabela de referência é aceitável, mas de forma obrigatória, não", afirma Ferreira.

"Quando fizeram a tabela, mais do que dobraram o custo do frete, que chegou a ser de duas sacas de milho para embarcar uma", diz Alysson Paolinelli, presidente da Abramilho.

Para ele, os caminhoneiros "deram tiro no pé", porque agora os produtores estão buscando alternativas como a aquisição de frota própria, o que apenas aumenta a oferta já inflada de frete.

O setor de produção de cimento, um dos mais impactados pela paralisação, segundo a CNI, diz enfrentar sucessivas baixas, puxadas não só pelo frete, mas pela crise da construção civil.

"Para a nossa indústria, o custo de transporte antes do tabelamento era de 28% do faturamento líquido. Hoje, já passa dos 50%", diz Paulo Camillo, presidente da ABCP (associação do setor).

Para Marco Polo Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, é preciso pensar em sugestões a curto e a médio prazo.

"O governo não pode ficar refém dessa ameaça constante de greve. Outros meios complementares, como a cabotagem, têm se mostrado positivos. Mudar a forma de alimentação dos caminhões, investindo em frotas movidas a GNV [gás natural veicular] também é primordial", diz.

"Fortalecer aplicativos de intermediação de carga e permitir que caminhoneiros se tornem MEI [micro empreendedores individuais] seria algo palpável para amenizar essa crise", diz Cesário, da CNI.

O impacto da tabela é sentido até em inovação. "Por causa do incremento no preço do fertilizante, menos produtores estão investindo em tecnologias no campo. Não está sobrando dinheiro", afirma Pereira, da CNA.



Folhapress e Gazeta do Povo


A bolha bolsonarista

Os milicianos digitais bolsonaristas passaram a segunda-feira atacando Danilo Gentili, Janaina Paschoal, Lobão e MBL.

Danilo Gentili avisou:

“Terminarão falando sozinhos com a bolha que eles mesmos criaram. Perderão as pessoas do mundo real e todo mundo que em algum ponto simpatiza com a mesma causa. Como sei que vai terminar assim? Já vimos esse filme. Foi o que aconteceu com a MAV original. E eles eram mais poderosos.”


Caso Danilo Gentili: "A cusparada na liberdade de expressão." SAIBA TUDO

Justiça afasta senador petista Paulo Rocha de ex-cunhada com base na Lei Maria da Penha

Uma juíza de Belém determinou a adoção de medidas protetivas em favor de uma ex-cunhada do senador Paulo Rocha (PT-PA), obrigando-o a se afastar dela para não ser preso... [leia mais]

Bolsonaro flerta com a ruptura institucional

O Estadão, em editorial, acusa Jair Bolsonaro de flertar com a ruptura institucional... [leia mais]

José Dirceu e Eduardo Cunha na mesma cela

José Dirceu está dividindo a cela com Eduardo Cunha, segundo a Folha de S. Paulo.

É há quem acuse a Lava Jato de ser partidária.


Exclusivo: os grampos da farra de Joesley Batista com os poderosos. CONFIRA

Centrão no banco dos réus?

O STF pode mandar o chamado Quadrilhão do PP para o banco dos réus... [leia mais]


OCDE reduz estimativa de crescimento do Brasil

O PIB brasileiro deve crescer 1,4% em 2019, segundo a OCDE.

É menos do que a metade da média mundial... [leia mais]

Presidente do PSL é contra marcha bolsonarista

O presidente do PSL, Luciano Bivar, é contrário à marcha bolsonarista.

Em mensagem de áudio, reproduzida pela Folha de S. Paulo, ele disse para os deputados do partido:

“Particularmente, sou contra. Nosso presidente foi eleito legitimamente, por que botar em jogo uma pergunta popular se é a favor ou contra ele?”


Como foi articulada a primeira grande derrota de Sergio Moro em Brasília.  LEIA AQUI

Receita vai montar equipe especial para investigar Flávio Bolsonaro

A Receita Federal vai criar uma equipe especial para investigar Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz e de todos os outros que tiveram seus sigilos quebrados, diz O Globo... [leia mais]

Nenhum comentário:

Postar um comentário