(Luiz Fernando Janot - O Globo, 25) Com a derrocada da política do bem-estar social, a solidariedade humana foi perdendo relevância. Em seu lugar, despontou a sedução pelo ganho fácil, onde princípios éticos são deixados de lado para dar lugar a negócios ilícitos em busca de riqueza e ascensão social. Em muitos casos, a criminalidade costuma vir a reboque dessa iniciativa. Enquanto o nosso governo procura fantasmas para encobrir a sua incompetência, a economia permanece estagnada, e o número de pessoas desempregadas é crescente. Governar uma nação complexa como a nossa não é coisa para principiantes ou políticos que não têm estatura para enxergar além dos estreitos limites dos seus preconceitos.
Não vemos projetos que sirvam de alento para a população ter esperança de alcançar um futuro melhor para si e para as próximas gerações. Corremos o risco de ver a pobreza e a miséria crescendo descontroladamente em nossos espaços urbanos. Sem uma justa distribuição de renda, não haverá plano econômico capaz de reduzir a distância que separa nossas classes sociais.
No aspecto político está cada vez mais difícil aproximar as pessoas para encontrar uma saída conjunta para o distanciamento social. O mais comum é ouvirmos manifestações preconceituosas daqueles que pensam de maneira diferente. Isso se deve, em parte, à ação das patrulhas ideológicas, de direita e de esquerda, que se utilizam das redes sociais para fomentar o dissenso. Em tese, são indivíduos raivosos, que se deixaram doutrinar por ideologias anacrônicas que têm no maniqueísmo o suporte para seus estéreis discursos. Julgávamos que essa visão míope da política brasileira havia sido superada desde o fim da ditadura militar e da retomada do regime democrático. Mas não é isso o que temos visto. Como agravante, assistimos ao nosso presidente utilizando uma verborragia inadequada pelas redes de comunicação social para defender os seus interesses momentâneos. Se alguém contestar o que ele disse, logo os seus fanáticos seguidores intervêm de forma implacável com declarações agressivas.
Além da obsessão contra o que ele chama de “marxismo cultural”, percebe-se a sua dificuldade em lidar com pensamentos políticos contrários; com as conquistas nas questões de gênero; com a defesa do meio ambiente; com o controle do uso de agrotóxicos; com o problema do aquecimento global; e com as implicações relativas à liberação das armas. Ao menosprezar as ciências sociais e cercear a liberdade de expressão no meio acadêmico, especialmente o universitário, o governo faz com que o Brasil se distancie das nações mais prósperas e respeitadas do mundo. Em termos de política externa, assumiu uma posição explícita de subserviência ao governo americano. Só falta tomar partido na briga comercial entre os Estados Unidos e a China. Neste domingo, grupos que se autointitulam “cidadãos de bem” —como se os outros não fossem — pretendem fazer uma manifestação pública para apoiar o governo e afrontar os poderes constituídos. Reagir a esse tipo de fanatismo é fundamental para preservar a nossa democracia. Não podemos silenciar diante de atitudes despropositadas e inconsequentes.
Sei que é grave a crise, mas a luta continua. Precisamos ir em frente antes que seja tarde demais.
Enquanto o nosso governo procura fantasmas para encobrir a sua incompetência, a economia permanece estagnada.
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