sexta-feira, 3 de maio de 2019

Cobrador que ajudou mulher a dar à luz em ônibus descreve “emoção única” | Clic Noticias

Camisa utilizada por homem serviu de abrigo para bebê que recém havia nascido dentro do coletivo
Por
Eduardo Amaral
Mãe e filho foram encaminhados ao hospital em boas condições
Mãe e filho foram encaminhados ao hospital em boas condições | Foto: Reprodução / CP
O começo de uma vida dentro do transporte coletivo. É desta forma que um bebê futuramente ouvirá a história do parto da mãe, uma mulher guerreira que deu à luz nos bancos de um ônibus em Porto Alegre, nesta quarta-feira. O pequeno nasceu na avenida Ipiranga, na zona Leste da Capital. Em determinado momento a mulher começou a sentir fortes dores e foi socorrida pelo cobrador do coletivo, Claudemir da Silva Pinheiro, que realizou o parto de forma improvisada com o auxílio da própria camisa. O fato ocorreu às 21h55min. A mãe e o bebê foram levados pela tripulação até o Hospital São Lucas da PUCRS.
Trabalhando há mais de 20 anos nos coletivos, Pinheiro conta que esta foi a situação mais inusitada que viveu: “Já atendi pessoas tendo infartos, ataques cardíacos e até baleados, mas algo semelhante a isso nunca tinha vivido”. Ele conta que a primeira reação quando a gestante começou a sentir as dores do parto foi de esvaziar o coletivo, que naquela hora tinha cerca de seis passageiros. Eles estacionaram no terminal da avenida Antônio de Carvalho.
A ideia era levar a gestante de ônibus até o Hospital São Lucas, onde o parto seria realizado. Porém, o bebê não quis esperar a chegada, e no meio do caminho veio ao mundo amparado pela camisa de Pinheiro. “Na hora não tinha outro plano, era só tirar a camisa, porque o bebê nasceu no momento.”
Pai de um jovem de 22 anos, ele diz que o momento de maior tensão não foi o parto, mas os momentos após o nascimento. “Depois que o garoto nasceu foi que fiquei com medo dele ter um problema maior, a mãe tinha problemas de hipertensão e diabetes”, relata.
Para evitar uma hipotermia na criança, ele pediu imediatamente que todas as janelas do ônibus fossem fechadas. Ao lembrar do nascimento, Pinheiro não encontra palavras para descrever o sentimento de trazer uma vida ao mundo: “A gente fica emocionado, é uma experiência única, ou quem sabe não seja a única não é?”
Ao contar a história, Pinheiro mantém um tom de voz tranquilo e sem exaltações, o que como ele mesmo diz, foi fundamental para realizar o parto da criança. “Eu já tenho experiência no ramo de transporte, procuro analisar a situação com calma, seja ela qual for, eu tinha que manter a calma.” Ele afirma que ainda não teve a chance de conversar com a mãe, mas pretende visitá-la em breve. Ela segue internada no Centro Obstétrico do Hospital São Lucas e deve receber alta em breve.
Correio do Povo

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