Comércio, construção civil e indústria puxaram o índice para o nível positivo
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Felipe Samuel
Felipe Samuel
Setor do comércio teve alta de 5,6% | Foto: Samuel Maciel / CP Memória
Puxado pelo comércio (5,6%), construção civil (5,2%) e indústria (5%), o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul fechou com crescimento de 1,2% em 2018, somando R$ 445 bilhões. Diferentemente de outros anos, quando sustentou o aumento da economia gaúcha, a agropecuária recuou e registrou -4,2% no ano passado. O setor de serviços também fechou em queda de – 1%. Os resultados apresentados hoje, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) acompanham a tendência no país, que assinalou 1,1% de variação positiva no período.
A ligeira alta do PIB no Estado, que pelo segundo ano consecutivo registra números positivos, é resultado do bom desempenho da economia no segundo semestre do ano passado, que registrou aumento de 2,7%. Conforme o coordenador de pesquisas da Fipe, Eduardo Zylberstajn, apesar do resultado negativo da agropecuária e do setor de serviços ter ‘desapontado’ e ‘demorar um pouco para reagir’, os dados positivos do comércio, da construção civil e indústria – que conseguiram se descolar positivamente de outros setores – no último semestre do ano passado, confirmam o crescimento ‘modesto’ da economia.
Ao contextualizar o desempenho da economia gaúcha, Zylberstajn explica que a ‘crise foi muito severa’ nos últimos anos, especialmente de 2014 a 2016, mas destaca que a boa notícia é que o crescimento ‘tímido’ do estado está alinhado com o restante do país.
“Do lado negativo tivemos a agropecuária, puxando bastante o PIB para baixo, e o setor de serviços praticamente estagnado, mas ainda com potencial e necessidade de melhorar”, observa. O economista destaca que a conjuntura econômica do país permite projetar boas condições para um crescimento mais consistente, com o ‘setor externo’ ajudando.
Zylberstajn acrescenta, no entanto, que é preciso cautela ao analisar os números da economia gaúcha e brasileira. “Temos juros baixos, inflação ainda sob controle, mas falta a resolução das questões fiscais tanto de Brasília e aqui no Estado. Isso traz insegurança, inibe investimentos e precisa ser resolvido para que o crescimento possa vir de forma mais vigorosa”, afirma. A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, garante que o resultado do PIB gaúcho é um bom sinal, especialmente se comparados os dois semestres de 2018.
Leany frisa que a economia do país registrava alta no primeiro semestre, enquanto o RS não acompanhava o crescimento. “Ao contrário, enfrentava uma leve recessão. Essa recuperação do segundo semestre é bem-vinda, positiva, mas ainda assim não expressa a necessidade de crescimento que nós precisamos para que a gente atinja realmente patamares desejáveis, mas pelo menos há uma recuperação sinalizada na divulgação desse PIB”, destaca. Leany destaca ainda o desafio de equilibrar as contas do estado e continuar com as políticas de contenção de despesas. “É importante um crescimento mais alto, robusto e consistente ao longo dos próximos anos, pelo lado da receita, para ter uma resposta melhor”, garante.
A secretária frisa ainda que o governo está revisando diversos contratos, entre eles o que mantém com a Fipe. “A ideia é retomar o cálculo do PIB pela própria secretaria. Para isso estamos estruturando o departamento e revendo contrato com a própria Fipe, mas isso também depende da retomada do convênio com o IBGE”, conclui.
Correio do Povo
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