(Luiz Fernando Janot – O Globo, 27) Não são poucas as controvérsias quando se especula sobre o futuro das cidades. Para o bem ou para o mal, intervenções urbanas são feitas para adequá-las às imposições de cada época. Para se compreender uma cidade é necessário conhecer seus encantos e reconhecer suas mazelas. Toda cidade é formada por um conjunto diferenciado de espaços que reflete o modo de vida da sua gente. Vejam as grandes metrópoles europeias com suas periferias repletas de imigrantes de diversas nacionalidades. Ou as cidades africanas cuja população sobrevive abaixo da linha de pobreza.
Sem falar na Índia, onde cerca de um terço da sua população nasce, vive e morre nas ruas.
Teorias sociológicas que tratam dessas questões não oferecem soluções factíveis para resolver tais impasses. No Brasil, o problema da moradia popular esbarra na inexistência de programas habitacionais adequados às características de cada grupamento social. Sem essa contribuição do Estado, dificilmente haverá moradia digna para quem não possui condições financeiras para adquiri-la no mercado oficial. Temos, como agravante, a concentração da riqueza mundial nas últimas décadas entre os segmentos mais ricos da sociedade. Por outro lado, observa-se o achatamento da base da pirâmide social. Lamentavelmente, vemos a política do bem-estar social, implantada após a Segunda Guerra Mundial, ser esvaziada e responsabilizada pelo desequilíbrio financeiro das nações. Para compensar a perda dos benefícios sociais, oferecem planos privados de seguridade social. De certo modo, os problemas atuais são transferidos para as próximas gerações. Quem assegura que esses planos serão honrados futuramente? Já teve empresa conceituada fechando as portas sob a alegação de prejuízos e desinteresse comercial. Se nada for feito, certamente, teremos um futuro sombrio pairando sobre nossas cidades. Pelos contrastes aparentes, o Rio faz parte de um grupo de cidades com abismos sociais difíceis de serem superados. As favelas incrustadas nos morros, as aglomerações informais periféricas e a quantidade de gente dormindo nas ruas são provas incontestáveis de que a pobreza e a miséria crescem em proporções alarmantes. Soluções de curto prazo para problemas complexos geralmente acabam em frustrações decepcionantes. Não dá para adiar por mais tempo a criação de políticas públicas destinadas a viabilizar projetos habitacionais de qualidade para as populações de baixa renda. Sem a participação e a colaboração das comunidades não será possível apresentar soluções adequadas para melhorar a ambiência dessas localidades.
Chega de projetos demagógicos que se encerram ao final de cada governo. É preciso criar uma estrutura de planejamento urbano e de política habitacional como função de Estado. Projetos de médio e longo prazo devem se contrapor aos pragmatismos de resultados imediatos que resultam na expansão descontrolada das construções informais à revelia ou com a conivência disfarçada do poder público. Infelizmente, estamos atrelados a uma ordem mundial que tem como prioridade os resultados financeiros. Trabalho, educação e saúde — pilares de sustentação das sociedades — são desprezados ao ponto de comprometer o futuro da humanidade. Que lições extrair dessas questões que afetam diretamente a vida nas cidades? Sirvo-me de uma das mais belas citações contidas no livro “Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino, para responder a tal indagação: “De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas; ou as perguntas que fazemos para nos obrigar a responder.”
Portanto, é preciso refletir com absoluta serenidade para compreender as profundas transformações sociais, econômicas e culturais que estão ocorrendo no mundo de hoje, de modo a não nos deixarmos levar por propostas derivadas de preconceitos sociais arraigados ou de visões ideológicas ultrapassadas. Há que se agir enquanto é tempo.
Não dá para adiar por mais tempo as políticas públicas destinadas a viabilizar projetos habitacionais de qualidade para as populações de baixa renda.
Sem falar na Índia, onde cerca de um terço da sua população nasce, vive e morre nas ruas.
Teorias sociológicas que tratam dessas questões não oferecem soluções factíveis para resolver tais impasses. No Brasil, o problema da moradia popular esbarra na inexistência de programas habitacionais adequados às características de cada grupamento social. Sem essa contribuição do Estado, dificilmente haverá moradia digna para quem não possui condições financeiras para adquiri-la no mercado oficial. Temos, como agravante, a concentração da riqueza mundial nas últimas décadas entre os segmentos mais ricos da sociedade. Por outro lado, observa-se o achatamento da base da pirâmide social. Lamentavelmente, vemos a política do bem-estar social, implantada após a Segunda Guerra Mundial, ser esvaziada e responsabilizada pelo desequilíbrio financeiro das nações. Para compensar a perda dos benefícios sociais, oferecem planos privados de seguridade social. De certo modo, os problemas atuais são transferidos para as próximas gerações. Quem assegura que esses planos serão honrados futuramente? Já teve empresa conceituada fechando as portas sob a alegação de prejuízos e desinteresse comercial. Se nada for feito, certamente, teremos um futuro sombrio pairando sobre nossas cidades. Pelos contrastes aparentes, o Rio faz parte de um grupo de cidades com abismos sociais difíceis de serem superados. As favelas incrustadas nos morros, as aglomerações informais periféricas e a quantidade de gente dormindo nas ruas são provas incontestáveis de que a pobreza e a miséria crescem em proporções alarmantes. Soluções de curto prazo para problemas complexos geralmente acabam em frustrações decepcionantes. Não dá para adiar por mais tempo a criação de políticas públicas destinadas a viabilizar projetos habitacionais de qualidade para as populações de baixa renda. Sem a participação e a colaboração das comunidades não será possível apresentar soluções adequadas para melhorar a ambiência dessas localidades.
Chega de projetos demagógicos que se encerram ao final de cada governo. É preciso criar uma estrutura de planejamento urbano e de política habitacional como função de Estado. Projetos de médio e longo prazo devem se contrapor aos pragmatismos de resultados imediatos que resultam na expansão descontrolada das construções informais à revelia ou com a conivência disfarçada do poder público. Infelizmente, estamos atrelados a uma ordem mundial que tem como prioridade os resultados financeiros. Trabalho, educação e saúde — pilares de sustentação das sociedades — são desprezados ao ponto de comprometer o futuro da humanidade. Que lições extrair dessas questões que afetam diretamente a vida nas cidades? Sirvo-me de uma das mais belas citações contidas no livro “Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino, para responder a tal indagação: “De uma cidade, não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas; ou as perguntas que fazemos para nos obrigar a responder.”
Portanto, é preciso refletir com absoluta serenidade para compreender as profundas transformações sociais, econômicas e culturais que estão ocorrendo no mundo de hoje, de modo a não nos deixarmos levar por propostas derivadas de preconceitos sociais arraigados ou de visões ideológicas ultrapassadas. Há que se agir enquanto é tempo.
Não dá para adiar por mais tempo as políticas públicas destinadas a viabilizar projetos habitacionais de qualidade para as populações de baixa renda.
Ex-Blog do Cesar Maia
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