(Guga Chacra – Globo, 31) A chance de uma transição democrática na Venezuela é mais fácil do que na Síria porque existe uma oposição forte e popular em Caracas e um histórico de democracia no passado, interrompido com Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Em Damasco, embora haja, sim, figuras pró-democracia, os principais grupos opositores são jihadistas e não democráticos. Querem substituir uma ditadura laica por uma ditadura extremista religiosa e intolerante.
Vale o teste que sempre faço — cite o nome de um líder opositor democrático da Síria. Consigo citar opositores pró-democracia, como Michel Kilo. Ele e outras figuras democráticas, no entanto, não são as maiores forças da oposição. O grupo mais poderoso anti-Assad é o Hayet Tahrir al-Sham, antiga Frente Nusra, que vem a ser o braço da al-Qaeda na Síria.
No caso da Venezuela, podemos citar uma série de opositores democráticos e civis. Primeiro, claro, Juan Guaidó. Temos também Henrique Capriles, Leopoldo López, Maria Corina e diferentes figuras do espectro político da direita à esquerda.
A Síria nunca teve uma democracia sólida. O regime dos Assad dura quase cinco décadas. Não há instituições democráticas no país. Uma transição para o fim da ditadura seria bem mais complicada inclusive do que na Tunísia, único caso de sucesso da Primavera Árabe. Embora também vivessem em uma ditadura nos tempos de Ben Ali, os tunisianos tinham instituições mais sólidas do que os sírios. A Venezuela, apesar de problemas similares a outros países da América Latina, tem um histórico democrático incomparavelmente superior ao sírio, apesar de hoje ter se distanciado da democracia.
Um dos motivos de apoio a Assad foi o temor do jihadismo da oposição, controlada por sunitas. Minorias religiosas sírias, como os cristãos, os alauitas e os drusos, embora em muitos casos discordassem do regime, temiam que a queda do líder sírio levasse à chegada da al-Qaeda ou do Estado Islâmico ao poder em Damasco e risco de genocídio contra seguidores daquelas religiões.
Vários sunitas pró-Assad compartilham do mesmo medo. Na Venezuela, não existe este sectarismo. Há homogeneidade religiosa e não há conflitos étnicos. Guaidó ou outro líder opositor não perseguirá ninguém que siga determinada religião. São democratas.
O regime de Assad também contou com apoio militar da Rússia, segunda maior potência militar do planeta; do Irã, uma das potências do Oriente Médio; e do Hezbollah, um grupo que já travou guerra contra Israel. Moscou até apoia Maduro, mas não há a menor possibilidade de levar adiante uma ofensiva similar à que realizou na Síria. Cuba apoia o regime de Caracas, mas a força militar de Havana não chega aos pés da de Teerã.
Existe, portanto, muito mais chance de transição para a democracia na Venezuela do que havia na Síria. Há risco de guerra civil, mas em um modelo similar aos da América Central nos anos 1980, não aos do Oriente Médio. Os outros cenários, além de guerra civil, possíveis, conforme escrevi aqui, são: 1) transição para a democracia; 2) militares no poder; 3) Maduro sobrevive; e 4) governos paralelos, que é o atual, mas insustentável.
Existe, portanto, muito mais chance de transição para a democracia na Venezuela do que havia na Síria.
Vale o teste que sempre faço — cite o nome de um líder opositor democrático da Síria. Consigo citar opositores pró-democracia, como Michel Kilo. Ele e outras figuras democráticas, no entanto, não são as maiores forças da oposição. O grupo mais poderoso anti-Assad é o Hayet Tahrir al-Sham, antiga Frente Nusra, que vem a ser o braço da al-Qaeda na Síria.
No caso da Venezuela, podemos citar uma série de opositores democráticos e civis. Primeiro, claro, Juan Guaidó. Temos também Henrique Capriles, Leopoldo López, Maria Corina e diferentes figuras do espectro político da direita à esquerda.
A Síria nunca teve uma democracia sólida. O regime dos Assad dura quase cinco décadas. Não há instituições democráticas no país. Uma transição para o fim da ditadura seria bem mais complicada inclusive do que na Tunísia, único caso de sucesso da Primavera Árabe. Embora também vivessem em uma ditadura nos tempos de Ben Ali, os tunisianos tinham instituições mais sólidas do que os sírios. A Venezuela, apesar de problemas similares a outros países da América Latina, tem um histórico democrático incomparavelmente superior ao sírio, apesar de hoje ter se distanciado da democracia.
Um dos motivos de apoio a Assad foi o temor do jihadismo da oposição, controlada por sunitas. Minorias religiosas sírias, como os cristãos, os alauitas e os drusos, embora em muitos casos discordassem do regime, temiam que a queda do líder sírio levasse à chegada da al-Qaeda ou do Estado Islâmico ao poder em Damasco e risco de genocídio contra seguidores daquelas religiões.
Vários sunitas pró-Assad compartilham do mesmo medo. Na Venezuela, não existe este sectarismo. Há homogeneidade religiosa e não há conflitos étnicos. Guaidó ou outro líder opositor não perseguirá ninguém que siga determinada religião. São democratas.
O regime de Assad também contou com apoio militar da Rússia, segunda maior potência militar do planeta; do Irã, uma das potências do Oriente Médio; e do Hezbollah, um grupo que já travou guerra contra Israel. Moscou até apoia Maduro, mas não há a menor possibilidade de levar adiante uma ofensiva similar à que realizou na Síria. Cuba apoia o regime de Caracas, mas a força militar de Havana não chega aos pés da de Teerã.
Existe, portanto, muito mais chance de transição para a democracia na Venezuela do que havia na Síria. Há risco de guerra civil, mas em um modelo similar aos da América Central nos anos 1980, não aos do Oriente Médio. Os outros cenários, além de guerra civil, possíveis, conforme escrevi aqui, são: 1) transição para a democracia; 2) militares no poder; 3) Maduro sobrevive; e 4) governos paralelos, que é o atual, mas insustentável.
Existe, portanto, muito mais chance de transição para a democracia na Venezuela do que havia na Síria.
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