Empresa norte-americana apresentou pauta de mudanças para a planta gaúcha com 21 itens
Sindicato e executivos discutem na terça-feira propostas da GM para Gravataí | Foto: Alina Souza
As 21 propostas de mudanças na unidade da General Motors de Gravataí serão discutidas nesta terça-feira pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra) com a direção da empresa em São Paulo. O encontro será com o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, e o vice-presidente da companhia no Brasil, Marcos Munhoz. Antes da viagem para a capital paulista, a direção do sindicato realiza um protesto na frente da empresa na troca de turno dos trabalhadores. A manifestação em favor da manutenção dos direitos trabalhistas conquistados no acordo coletivo da categoria será às 5h30min no portão da fábrica na cidade de Gravataí.
Na manhã desta segunda-feira, os sindicalistas e o prefeito de Gravataí, Marco Alba, participaram de uma videoconferência com a direção da empresa. Os diretores administrativo do Sinmgra, Valcir Ascari, e jurídico, Edson Dorneles, informaram que os executivos da empresa apresentaram uma pauta com 21 medidas que mexem em itens do acordo coletivo em vigor até este ano.
O acordo de 2017 a 2019 inclui garantias salariais, participação nos lucros e resultados e jornada de 40 horas semanais. “Vamos conversar com a direção da GM, mas não vamos aceitar que mexam nas nossas conquistas. Não aceitaremos o trabalho intermitente e o parcelamento das nossas férias em três vezes”, destacou Ascari.
Segundo Dorneles, é preciso que a empresa diga aos trabalhadores o que está acontecendo com as plantas no Mundo. “Queremos saber se eles pretendem fechar a unidade de Gravataí. Queremos ouvir qual é o plano da empresa”, destacou.
O prefeito de Gravataí, Marco Alba, afirmou nesta segunda-feira que não acredita no fechamento da fábrica da GM, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, mesmo com especulações sobre alterações em investimentos da empresa na América Latina. Alba disse que os governos de todas as esferas, fornecedores, revendedores e a classe trabalhadora precisam ter maturidade para discutir a estratégia da empresa e que se o diálogo não for promissor seguramente no futuro da fábrica, em Gravataí, poderá sofrer consequências.
“Se a abertura de diálogo com todos os setores envolvidos não for promissora, seguramente, vai mudar a lógica de investimento da fábrica de Gravataí e isso para o futuro não é uma coisa boa”, afirmou Alba.
Na reunião, os executivos da GM apresentaram a preocupação da empresa com os seus resultados, que estão abaixo da expectativa, e informaram que isso interfere diretamente na nova política de investimento que a empresa pretende ratificar neste ano. A montadora do Rio Grande do Sul abriga a produção do modelo Onix, atualmente o veículo mais vendido do país. Foram 389,5 mil carros comercializados em 2018, o que representa aproximadamente 15% da fatia do mercado.
A montadora de Gravataí é líder nacional em vendas há pelo menso três anos. A presença da General Motors em Gravataí significa a geração de mais de seis mil empregos direto e indiretos. Para a prefeitura, o retorno de ICMS é algo próximo de R$ 70 milhões. Na semana passada, a direção da montadora havia ameaçado deixar o Brasil e a América do Sul, caso os resultados financeiros da empresa não fossem melhorados.
•• Itens da pauta da GM
1 – Formalização de Acordo Coletivo de longo prazo (2 anos) renováveis por mais dois anos.
2 – Negociação de valor fixo e substituição de aumento salarial para empregados horista e congelamento ou redução da meritocracia para mensalistas.
3 – Negociação de Participação nos Resultados com revisão de regras de aplicação, prevalência da proporcionalidade, transição para aplicação de equivalência salarial e inclusão de produtividade.
4 – Participação dos Resultados por três anos sendo zero no 1o ano, 50% no 2o ano e 100% no 3o ano.
5 – Suspensão das contribuições da GMB por 12 meses de Previdência
6 – Alteração do plano médico
7 – Implementação de Trabalho Intermitente por Acordo Coletivo e Individual
8 – Terceirização de Atividades meio e fim
9 – Jornada de Trabalho de 44 horas semanais para novas contratações
10 – Piso salarial de R$ 1.300,00
11 – Redução do período de complementação auxílio previdenciário para 60 dias para um evento no ano.
12 – Renovação de Acordos de Flexibilidade
13 – Rescisão no Curso de Afastamento d para empregos com tempo para aposentadoria (nova)
14 – Desconsideração de Horas Extraordinárias (novas)
15 – Trabalho em Regime de Tempo Parcial
16 – Jornada Especial de Trabalho (12/36 horas)
17 – Ajuste na cláusula de férias com parcelamento previsto em Lei
18 – Regramento do Contrato de Trabalho Intermitente
19 – Implicabilidade de Isonomia Salarial acima dos 48 meses ara grade nova
20 – Cláusula regrando a adoção do Termo de Quitação Anual de Obrigações Trabalhistas
21 – Congelamento de Política de Progressão Salarial horista por 12 meses
Correio do Povo
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