O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro deu uma extensa entrevista para a revista IstoÉ nesta semana com detalhes do que foi sua atuação como juiz na Lava Jato e suas propostas como chefe da futura pasta que assumirá no governo Bolsonaro.
A certa altura, o repórter da Istoé perguntou sobre as facções que dominam o crime de dentro das cadeias e transmitem ordens por meio de advogados ou familiares, uma realidade latente no Brasil. Questionado sobre a possibilidade de restringir a atuação de advogados e familiares no presídio, Moro respondeu que “isso está sendo estudado”.
“É evidente que tem se preservar a ampla defesa, mas as prisões de segurança máxima têm que servir como elemento para inibir novos crimes. Se o condenado mesmo assim consegue transmitir ordens, essa é uma situação em que o trabalho dos advogados tem que ser reavaliado”, disse o futuro ministro. O repórter também questionou se as visitas íntimas deveriam acabar. Sobre isso, Moro respondeu que “é uma possibilidade”.
Moro também falou sobre as acusações de perseguição política ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e declarou que o petista é o mentor do esquema criminoso na Petrobras, sendo que “o tríplex é a ponta do iceberg”. Ele pontuou que a sentença da condenação imposta ao ex-presidente foi extensamente fundamentada, e que as acusações da esquerda sobre uma suposta perseguição política é fantasia.
Ainda tratou sobre a possibilidade de levar gente da Operação Lava Jato para sua equipe de governo. “Seria um tolo se não levasse gente da Lava Jato, que já comprovaram competência e dedicação”, afirmou. Mais cedo noticiamos aqui no News que Erika Marena, delegada que batizou a Operação de Lava Jato, está cotada para a equipe de transição do governo.
Sergio Moro deve assumir imediatamente um cargo executivo na equipe de transição de Jair Messias Bolsonaro. Sua exoneração foi assinada na sexta-feira pelo desembargador Thompson Flores, do TRF-4.
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