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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Litoral gaúcho pode ficar sem guarda-vidas no Natal

Militares que irão trabalhar na Operação Verão encaram desafio de se manter com recursos próprios

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Atraso no pagamento de diárias pode afetar trabalho de guarda-vidas no litoral | Foto: Alina Souza / CP Memória

No Natal e no Ano-Novo, os veranistas correm o risco de ficar sem segurança na orla, pois os guarda-vidas ameaçam deixar as guaritas vazias devido à falta do pagamento das diárias referentes ao período de treinamento. Essa triste rotina se repete praticamente todos os anos no Rio Grande do Sul. Convocados para iniciar os treinamentos em 20 de outubro, em Tramandaí, os 150 militares que participam das atividades se mantêm, há quase 40 dias, com recursos próprios, o que inclui alimentação e hospedagem. Sem dinheiro para continuar a etapa inicial, 10% dos profissionais já abandonaram o curso. A Operação Verão, segundo o Corpo de Bombeiros Militar, começa na segunda quinzena de dezembro.

Acostumada com reclamações relativas ao pagamento dos servidores, a Associação dos Salva-vidas Militares do RS (Asavime) alerta que a falta de guarda-vidas e a desmotivação por falta de pagamento podem trazer riscos aos veranistas. “Chega num determinado ponto que fica inviável se manter nessa situação, pois afeta a família. Dezesseis profissionais não conseguiram se manter com recursos próprios e desistiram”, contou o presidente da Asavime, Fábio Eduardo Spohn, salientando que já foram substituídos.

Os militares que aceitaram o desafio de atuar como guarda-vidas no Litoral deveriam receber diárias de R$ 122,99. Sem o pagamento destas, os profissionais conseguiram contar com o apoio dos administradores de algumas pousadas, que aceitaram negociar a partir de um “acordo de cavalheiros” o pagamento da estadia. “Estão alugando pousada no Litoral e conseguindo segurar no fio de bigode. Muitos dizem que vão pagar quando entrar o dinheiro”, destacou Spohn.

Apesar de reconhecer que este ano há limitadores para o pagamento das diárias, com a crise econômica enfrentada pelo Estado, Spohn ressalta que as dificuldades se acentuaram. “Só depende do aval do governo, mas temos a informação de que não tem dinheiro”, afirmou o presidente da associação de classe.

Sefaz ainda estuda como quitar diárias

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o planejamento para o veraneio foi concluído e encaminhado à Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), responsável por determinar o empenho dos recursos. Por sua vez, a Sefaz informou, através de nota, que mesmo com recursos previstos para as diárias dos guarda-vidas que estão em treinamento, está em estudo como quitar o primeiro mês de trabalho.

A instituição está avaliando a situação e deverá divulgar nesta quarta-feira uma data para colocar em dia as diárias. A Sefaz acrescentou “ser importante observar que ainda restam R$ 210 milhões para quitar a parte líquida dos salários de outubro”.


Correio do Povo

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