por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Juro médio do rotativo do cartão passou de 279,1% para 275,7% ao ano; cheque especial recuou de 301,4% ao ano para 300,4%
O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito caiu 3,4 pontos porcentuais de setembro para outubro, informou nesta quarta-feira, 28, o Banco Central (BC). Com isso, a taxa passou de 279,1% para 275,7% ao ano. Já para o cheque especial no mesmo período, a taxa passou de 301,4% ao ano para 300,4% ao ano.
O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 259,9% para 253,2% ao ano de setembro para o mês passado. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 292,2% para 291,1% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 164,5% para 166,1% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 62,3% para 60,2% de setembro para outubro.
Em abril de 2017, começou a valer a nova regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Crédito livre fica em 38% em outubro
A taxa média de juros no crédito livre subiu de 37,9% ao ano em setembro para 38,0% ao ano em outubro, também informou a autoridade monetária. Em outubro de 2017, essa taxa estava em 43,5% ao ano.
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 52,0% para 51,9% ao ano de setembro para outubro, enquanto para pessoa jurídica ficou estável em 20,4% ao ano. No crédito pessoal, a taxa passou de 45,0% para 45,6% ao ano.
Desde o início de julho, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
Dados divulgados mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 22,2% ao ano em setembro para 22,4% em outubro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 24,4% ao ano em setembro para 24,6% ao ano em outubro. Em outubro de 2017, estava em 27,4%.
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,1 ponto porcentual em outubro ante setembro, para 20,9% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Spread bancário aumenta
O spread bancário médio no crédito livre subiu de 28,6 pontos porcentuais em setembro para 29,6 pontos porcentuais em outubro. O spread médio da pessoa física no crédito livre foi de 42,0 para 43,0 pontos porcentuais no período. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 12,1 para 12,7 pontos porcentuais. O spread médio do crédito direcionado foi de 3,7 para 4,0 pontos porcentuais de setembro para outubro. Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) passou de 17,4 para 18,0 pontos porcentuais no período.
Spread bancário é a diferença entre o custo do dinheiro para o banco (o quanto ele paga ao tomar empréstimo) e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito. Se custo de captação do banco é de 10% ao ano, por exemplo, por meio de poupança, CDBs e outros produtos e ele empresta esse dinheiro por 50% ao ano, a diferença é o spread.
Fonte: Estadão - 28/11/2018 e SOS Consumidor
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