Senador Fernando Collor classificou consequências de decisão como "dramáticas" para afirmação do Brasil
Senador Fernando Collor classificou consequências de decisão como "dramáticas" para afirmação do Brasil | Foto: Geraldo Magela / Agência Senado / CP
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE) aprovou requerimento, nesta quarta-feira, para que o governo reveja a desistência do Brasil em sediar a conferência mundial sobre o clima, COP-25. Além dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Jorge Viana (PT-AC), autores do requerimento, o presidente da CRE, senador Fernando Collor (PTC-AL), criticou duramente a decisão.
"O governo precisa rever seu posicionamento o mais breve possível. O Brasil está abdicando de exercer seu soft power, um dos instrumentos mais úteis da nossa diplomacia e para nossa afirmação internacional", avaliou o senador. "Estamos na contra-mão do movimento da comunidade das nações, e o mais preocupante é que este pode ser o primeiro passo para retirar o Brasil do Acordo de Paris. É algo dramático", lamentou Collor.
Jorge Viana reiterou que a proposta orçamentária de 2019 já prevê a destinação das verbas correspondentes à organização do evento, com a maior parte dos recursos advindo de dinheiro já existente no Fundo Clima, gerido pelo BNDES. Para ele, realizar a COP-25 pode até ser economicamente vantajoso, pois durante duas semanas o país será visitado por milhares de participantes, grupos sociais e jornalistas interessados em cobrir o evento.
Cristovam também avalia que o Brasil está "virando as costas para o mundo", e credita parte da decisão ao futuro governo Bolsonaro. "O impacto no Orçamento para realizar a COP-25 seria ínfimo. O presidente eleito [Jair Bolsonaro] aponta em seu discurso o desprezo pela ecologia, e uma aliança radical com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump."
Correio do Povo
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