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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Cinco médicas cubanas pedem asilo político para ficar no Brasil

Médicas cubanas que atuavam em Nova Odessa se despedem de colegas antes de voltar ao país natal. (Foto: Reprodução/TV)

Cinco médicas cubanas que faziam parte do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, decidiram pedir asilo político para permanecer em Nova Odessa (SP). Oito profissionais trabalhavam na cidade pelo programa e três voltaram para Cuba no sábado (24). A despedida foi emocionada em Nova Odessa. As profissionais trabalhavam há um ano e meio em UBS (Unidades Básicas de Saúde).
“A gente fez um vínculo muito perto com os pacientes, com os colegas de trabalho que se tornaram parceiros, se tornaram amigos. Foi bem difícil”, afirmou a médica cubana Odalis Ricardo Casanova, no dia que deixou a cidade. Além de Odalis, outras duas médicas se despediram do Brasil no sábado.
“É dificil se separar, eu queria ficar. Deixamos para trás gente querida”, disse Yayma Godinez Pereira, outra médica que retornou ao país que nasceu.
Decidiu ficar
Uma das médicas cubanas que permaneceu em Nova Odessa foi se despedir das colegas no sábado. Liseti Aguilera afirmou que resolveu aceitar a oportunidade que o governo brasileiro ofereceu de ficar no País.
“Eu decidi escolher a oportunidade que o Brasil ofereceu para os médicos cubanos que decidiram continuar trabalhando aqui e tentar continuar trabalhando no Programa Mais Médicos e depois fazer a revalida do diploma”, explicou.
Segundo a coordenadora de atenção básica de Nova Odessa, Ana Rúbia de Matos, com a saída das cubanas, o município faz remanejamento para evitar desassistência.
“Já tivemos a apresentação de uma médica brasileira e enquanto isso o município está se organizando para realocar os profissionais existentes para não causar desassistência a população”, disse a coordenadora.
Remanejamento
Além de Nova Odessa, Limeira, Piracicaba, Charqueada e Campinas ficaram sem os profissionais de Cuba. Com isso, as prefeituras informaram que estão reprogramando as consultas agendadas até a chegada dos novos profissionais.
A data limite para a chegada dos novos médicos contratados pelo Ministério da Saúde é dia 14 de dezembro.
Fim da parceria
O governo de Cuba encerrou a parceria com o Brasil no programa “Mais Médicos” após o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fazer “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” à presença de cubanos no projeto.
Logo após o anúncio, o Ministério da Saúde iniciou o concurso para contratar substitutos para os médicos cubanos. Em toda a região de Piracicaba, 98 vagas foram abertas pelo edital do dia 20 de novembro para suprir a ausência dos profissionais.
Na quarta-feira (21), os médicos cubanos tinham parado de atender nos municípios da região, o que gerou uma reação das prefeituras com planos emergenciais.


O Sul

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