O calendário gregoriano é um calendário de origem europeia, utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII [1] (1502–1585) a 24 de Fevereiro do ano 1582 pela bula Inter gravissimas em substituição do calendário juliano implantado pelo líder romano Júlio César (100–44 a.C.) em 46 a.C..[carece de fontes]
Como convenção e por praticidade, o calendário gregoriano é adotado para demarcar o ano civil no mundo inteiro, facilitando o relacionamento entre as nações. Essa unificação decorre do fato de a Europa ter, historicamente, exportado seus padrões para o resto do globo.[2]
Índice
- 1 História
- 2 As mudanças
- 3 Críticas
- 4 Aceitação
- 5 Dias, semanas e meses
- 6 ISO 8601
- 7 Ver também
- 8 Referências
- 9 Bibliografia
- 10 Ligações externas
História
O Papa Gregório XIII reuniu um grupo de especialistas para corrigir o calendário juliano. O objetivo da mudança era fazer regressar o equinócio da primavera para o dia 21 de março e desfazer o erro de 10 dias existente na época. A Comissão preparou um documento, o Compendium, em 1577, enviado no ano seguinte aos Príncipes e matemáticos para darem o seu parecer.
Após cinco anos de estudos, foi promulgada a bula papal Inter Gravissimas.[3]
Neste grupo de estudiosos participaram Christopher Clavius[4] (1538-1612) jesuíta alemão, sábio e matemático, Ignazio Danti [5] (1536-1586) dominicano, matemático, astrónomo e cartógrafo italiano e Luigi Giglio [6] (1510-1576) médico, filósofo, astrónomo e cronologista italiano.
A bula pontifícia também determinava regras para impressão dos calendários, com o objetivo de que eles fossem mantidos íntegros e livres de falhas ou erros. Era proibido a todas as gráficas com ou sem intermediários publicar ou imprimir, sem a autorização expressa da Santa Igreja Romana, o calendário ou o martirológio[7] em conjunto ou separadamente, ou ainda de tirar proveito de qualquer forma a partir dele, sob pena de perda de contratos e de uma multa de 100 ducados de ouro a ser paga à Sé Apostólica. A não observância ainda punia o infrator a pena de excomunhão latae sententiae e a outras tristezas.[8]
Oficialmente o primeiro dia deste novo calendário foi 15 de Outubro de 1582.
As mudanças
Detalhe da tumba do papa Gregório XIII celebrando a introdução do calendário gregoriano
- Foram omitidos dez dias do calendário juliano, deixando de existir os dias de 5 a 14 de outubro de 1582. A bula ditava que o dia imediato à quinta-feira, 4 de outubro, fosse sexta-feira, 15 de outubro.[9]
- Os anos seculares só são considerados bissextos se forem divisíveis por 400. Desta forma a diferença (atraso) de três dias em cada quatrocentos anos observada no calendário juliano desaparecem.[3]
- Corrigiu-se a medição do ano solar, o ano gregoriano dura em média 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos, ou seja, 27 segundos a mais do que o ano trópico.[3]
Críticas
O calendário gregoriano apresenta alguns defeitos, tanto sob o ponto de vista astronômico, como no seu aspecto prático. Por exemplo, o número de dias de cada mês é irregular (28 a 31 dias); além disso a semana, adotada quase universalmente como unidade laboral de tempo, não se encontra integrada nos meses e muitas vezes fica repartida por dois meses diferentes, prejudicando a distribuição racional do trabalho e dos salários.[3]
Outro problema é a mobilidade da data da Páscoa, que oscila entre 22 de março e 25 de abril, perturbando a duração dos trimestres escolares e de numerosas outras atividades econômicas e sociais.[3]
Aceitação
Ver artigo principal: Mudança para o calendário gregoriano
A mudança para o calendário gregoriano deu-se ao longo de mais de três séculos. Primeiramente foi adotado por Portugal, Espanha, Itália e Polônia; e de modo sucessivo, pela maioria dos países católicos europeus. Os países onde predominava o luteranismo e o anglicanismo tardariam a adotá-lo, caso da Alemanha (Baviera, Prússia e demais províncias) (1700) e Grã-Bretanha (Inglaterra e País de Gales) (1752). A adoção deste calendário pela Suécia foi tão problemática que até gerou o dia 30 de fevereiro. A China aprovou-o em 1912, a Bulgária em 1916, a Rússia em 1918, a Roménia em 1919, a Grécia em 1923 e a Turquia em 1926.[10]
Alguns povos conservam outros calendários para uso religioso inclusive com cronologia diferente da adotada pela Igreja Católica Romana. Conforme proposta feita por Dionísius Exiguus[11] (470 - 544) monge romeno o marco inicial da cronologia cristã tem como data o ano do nascimento de Cristo.[12]
Segundo o calendário gregoriano, hoje é 20 de novembro de 2018. Para esta mesma data outros calendários apontam anos diferentes, como: Ab urbe condita 2771; Calendário Babilônico 6768; Calendário bahá'í 174–175; Calendário budista 2562; Calendário hebreu 5778–5779; Calendário hindu Vikram Samvat 2074–2075; Calendário hindu Shaka Samvat 1940–1941; Calendário hindu Kali Yuga 5119–5120; Calendário Holoceno 12018; Calendário iraniano 1396–1397; Calendário Islâmico 1439–1440 entre outros.
Dias, semanas e meses
Divisão do CalendárioNº
Mês
Dias
1
Janeiro
31
2
Fevereiro
28 ou 29
3
Março
31
4
Abril
30
5
Maio
31
6
Junho
30
7
Julho
31
8
Agosto
31
9
Setembro
30
10
Outubro
31
11
Novembro
30
12
Dezembro
31
Nomes dos dias da semana [13]
Nº
Latim
1
domingo
Dies Dominica aut Solis dies (Dia do
Senhor ou Dia do Sol)
2
segunda-feira
Lunae dies (Dia da Lua)
3
terça-feira
Martis dies (Dia de Marte)
4
quarta-feira
Mercurii dies (Dia de
Mercúrio)
5
quinta-feira
Jovis dies (Dia de Júpiter)
6
sexta-feira
Veneris dies (Dia de Vénus)
7
sábado
Saturni dies (Dia de Saturno)
Dia: é a unidade fundamental de tempo adotada pelo calendário gregoriano. Um dia é equivalente a 86.400 segundos de Tempo Atômico Internacional (TAI).[14]
Semana: é um período de 7 dias.[15]
Atualmente muitos utilizam a segunda-feira como primeiro dia da semana, por ser considerado o primeiro dia útil.
- Janeiro: Jano, deus romano das portas, passagens, inícios e fins.
- Fevereiro: Fébruo, deus etrusco da morte; Februarius (mensis), "Mês da purificação" em latim, parece ser uma palavra de origem sabina e o último mês do calendário romano anterior a 45 a. C.. Relacionado com a palavra "febre".
- Março: Marte, deus romano da guerra.
- Abril: É o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do latim April, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Apro, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. Além de ser o único mês que termina com "L" ao invés de "O"
- Maio: Maia Maiestas, deusa romana.
- Junho: Juno, deusa romana, esposa do deus Júpiter.
- Julho: Júlio César, general romano. O mês era anteriormente chamado Quíncio, o quinto mês do calendário de Rómulo.
- Agosto: Augusto, primeiro imperador romano. O mês era anteriormente chamado Sêxtil, o sexto mês do calendário de Rómulo.
- Setembro: septem, "sete" em latim; o sétimo mês do calendário de Rómulo.
- Outubro: octo, "oito" em latim; o oitavo mês do calendário de Rómulo.
- Novembro: novem, "nove" em latim; o nono mês do calendário de Rómulo.
- Dezembro: decem, "dez" em latim; o décimo mês do calendário de Rómulo.
ISO 8601
A norma ISO 8601 emitida pela Organização Internacional para Padronização (International Organization for Standardization, ISO) é utilizada para representar data e hora. Especificamente esta norma define: “Elementos de dados e formatos de intercâmbio para representação e manipulação de datas e horas”.[17]
Ver também
Referências
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(ajuda)- International Organization for Standardization. «Numeric representation of dates and time» (em inglês). Consultado em 11 de setembro de 2012.
Bibliografia
- Moyer, G. (1982 November). «Luigi Lilio and the Gregorian reform of the calendar». Sky and Telescope. 64 (11): 418–9. Bibcode:1982S&T....64..418M Verifique data em:
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(ajuda). - Bond, J.J. (1966). Handy Book of Rules and Tables for Verifying Dates within the Christian Era. [S.l.]: Russell & Russell, a Division of Atheneum House Inc.
Ligações externas
O Commons possui imagens e outras mídias sobre Calendário gregoriano
Wikipédia
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