Senhas para soltar corruptos
Em Brasília, desde quarta-feira (26), nos meios jurídicos só se fala nisto. O ministro Luís Roberto Barroso, em crítica direcionada a (não nominados) colegas de corte, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo, que no STF haveria “gabinetes distribuindo senhas para a soltura de corruptos", em alusão a uma suposta “ação entre amigos” para a liberdade de criminosos e acobertamento de casos relacionados à corrupção.
Na entrevista à jornalista Mônica Bérgamo, o ministro afirmou que a corrupção no Brasil foi endêmica e que há uma aliança entre “corruptos, elitistas e progressistas” para que o combate a ela seja interrompido.
Outras frases de Barroso:
• “A corrupção foi produto de um pacto oligárquico celebrado entre parte da classe política, parte da classe empresarial e parte da burocracia estatal. Precisamos substituí-lo por um pacto de integridade”.
• “Grande parte das elites brasileiras acha que corrupção ruim é a dos adversários. Se for a dos companheiros de pôquer, de mesa e de salões, não tem muito problema”.
• “O Brasil é o 96º colocado no índice de percepção de corrupção da Transparência Internacional. Eu acordo todos os dias envergonhado com esse número. A despeito disso, menos de 1% dos presos do sistema está lá por corrupção ou por crime de colarinho branco. Tem alguma coisa errada nisso”.
• “E ainda assim, no Supremo, tem gabinete distribuindo senhas para soltar corruptos. Sem qualquer forma de direito e numa espécie de ação entre amigos”.
Neste ponto da entrevista, a jornalista atalha: “Que gabinetes, ministro?”
Barroso sorri e fica em silêncio.
A jornalista insiste: “O senhor não acha um risco falar de forma genérica?”
Barroso responde: “Tem gabinetes. Quando a Justiça desvia dos amigos do poder, ela legitima o discurso de que as punições são uma perseguição”.
Fonte: Espaço Vital - www.espacovital.com.br - 28/09/2018 e SOS Consumidor
Por que em toda eleição promessas se repetem e quase nunca vemos as soluções?
Irineu Machado, gerente-geral de Notícias
Temas como saúde, educação e segurança pública se revezam entre as principais angústias da população brasileira há anos, ou décadas. Nos últimos 20 anos, o histórico das promessas de campanha dos candidatos a presidente da República revela um padrão na prática política: candidatos prometem o que o cidadão quer, o eleitor não cobra e o pouco que sai do papel muitas vezes se transforma em símbolo de desperdício do dinheiro público. Uma série de reportagens produzida com exclusividade para o UOL pelo Eder Content analisou todos os programas de governo de nove candidatos que tiveram no mínimo 10% dos votos válidos nas disputas presidenciais das últimas duas décadas. No primeiro capítulo desta série, especialistas explicam quais as dificuldades para que prevaleça o ditado popular "promessa é dívida" nos governos eleitos.
Uma reportagem de Beatriz Montesanti mostra que o Brasil está em 156º lugar num ranking de representação parlamentar feminina que compara 190 países. A matéria explica a importância de ter mulheres no Congresso Nacional e as razões para o Brasil estar tão abaixo neste ranking.
Fomos ouvir jornalistas estrangeiros que trabalham na cobertura da campanha eleitoral no Brasil para saber o que chama a atenção deles. "O Brasil não é para principiantes", diz uma das jornalistas entrevistadas.
Voltando a falar em promessas, na série em que checamos a viabilidade das propostas dos presidenciáveis hoje é a vez de conferirmos a promessa de bolsa para diminuir a evasão escolar no ensino médio, feita pelo candidato Ciro Gomes.
Boa leitura e uma boa semana a todos!
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