por Cláudio Considera
É um desrespeito ao consumidor a classificação por tipos dos que fazem reclamações nos Procons, conforme consta em cartilha de treinamento da Secretaria Nacional do Consumidor.
Ao invés de tipificar os consumidores “mais difíceis “ de atender nas entidades de defesa do consumidor, chamando inclusive alguns de “rambo”, a Secretaria vinculada ao Ministério da Justiça deveria estar preocupada em mostrar aos candidatos à Presidência da República a importância de fortalecer a defesa do consumidor e de ações para se ter para maior equilíbrio no mercado de consumo.
No material o consumidor que chega nervoso no Procon é classificado como “rambo” e a orientação é para tratá-lo como bebê. É ainda classificado como “kid tocaia” aquele que age com ironia e comentários maldosos.
O atendente é orientado a não se deixar levar pela brincadeira. E o “frente fria é o que seria baixo astral requerendo paciência na abordagem.
O Procon de São Paulo reagiu ao enfoque depreciativo do material distribuído pela Senacon intitulado “Treinamento – excelência no atendimento” se posicionando contrário a qualquer tipificação discriminatória e debochada aos consumidores, por entender que o atendimento deve ser feito com respeito, ouvindo, orientando e buscando a solução do problema de consumo.
O papel das entidades de defesa do consumidor é atuar para que as pessoas se tornem mais conscientes de seus direitos, se informem, pesquisem e procurem essas entidades se tiverem problemas nas relações de consumo.
O foco deveria ser apontar ações para livrar o consumidor de problemas em várias áreas como telecomunicações, energia, compras online. Serviços como de telefonia celular e de fornecimento de energia elétrica, ainda deixam a desejar porque as agências reguladoras desequilibram o jogo em favor das empresas.
Fonte: Estadão - 23/10/2018 e SOS Consumidor
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