terça-feira, 4 de setembro de 2018

Sobra para velharias ideológicas o dinheiro que falta aos museus

O PSOL, que controla a UFRJ, não admite que se tire um centavo dos beneficiados pelo programa "Bolsa Ditadura"

Por Augusto Nunes


Incêndio destrói prédio do Museu Nacional

Bombeiros tentam extinguir um incêndio de grandes proporções no Museu Nacional do Brasil no Rio de Janeiro - 02/09/2018 (Ricardo Moraes/Reuters)

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, controlada pelo PSOL, viu crescer nos últimos três anos a verba que lhe é destinada pelo Ministério da Educação. Mas manteve os olhos fechados  às alarmantes carências do Museu Nacional, que não recebeu sequer o necessário para escapar da morte pelo fogo. Até agosto deste ano, foram repassados apenas R$ 98.115,34.

Enquanto tratam museus a socos e pontapés, os devotos do PSOL não admitem que se tire um único centavo do dinheiro desperdiçado com velharias ideológicas beneficiadas pelo programa “Bolsa Ditadura”.

O jornalista Hugo Studart, autor do excelente “Borboletas e Lobisomens”, livro que resgata a verdadeira história da guerrilha do Araguaia — e por isso mesmo tem sido hostilizado com selvageria pelo PCdoB — fez nesta segunda-feira uma constatação muito pedagógica. No orçamento de 2018, o Ministério do Planejamento contemplou anistiados políticos com R$ 700 milhões.

A fortuna é distribuída por dois ítens. O primeiro — indenização a anistiados políticos em prestação única ou em prestação mensal permanente e continuada — engoliu R$577.556.600,00. Mais R$123.682.452,00 saíram pelo ralo do segundo, reservado a valores retroativos a anistiados políticos.

Millôr Fernandes resumiu tudo isso em uma frase: “Quer dizer que aquilo não era ideologia, era investimento”.


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