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sábado, 29 de setembro de 2018

Lula manda distribuir dinheiro e promete cargos, diz revista

Mesmo preso, ex-presidente estaria atuando diretamente nas articulações políticas para viabilizar a campanha de Fernando Haddad à Presidência

Lula estaria atuando diretamente nas articulações políticas para viabilizar a campanha de Fernando Haddad | Foto: Evaristo Sá / AFP / CP

Lula estaria atuando diretamente nas articulações políticas para viabilizar a campanha de Fernando Haddad | Foto: Evaristo Sá / AFP / CP

As dezenas de visitas semanais de políticos e advogados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba (PR), onde está preso desde 7 de abril, têm servido para articular a candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República.

Reportagem da revista "IstoÉ" desta semana diz que o petista articula, em sua cela, "vantagens financeiras destinadas a irrigar campanhas" e até promessas de cargos em um eventual governo do partido.

De acordo com a publicação, com o aval de Lula, quem está do lado de fora sai em busca de apoio de caciques regionais, inclusive aqueles que votaram contra Dilma no processo do impeachment dois anos atrás, como Renan Calheiros (MDB-AL), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Fernando Collor (PTC-AL).

Esses políticos estavam aliados aos presidenciáveis Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Mas a revista diz que Lula "prometeu-lhes participação no novo governo e até compensações financeiras" para mudarem de lado.

Lula estaria enviando bilhetes a diversas pessoas, inclusive para o ex-deputado Valdemar Costa Neto, que, segundo a revista, cumpre prisão em regime semiaberto na Penitenciária da Papuda, em Brasília (DF). O PR rebate essa afirmação.

"Apesar de não ser mais o presidente do PR, Valdemar ainda manda e desmanda no partido, que desde o governo Lula transformou o Ministério dos Transportes no seu latifúndio, digamos, mais produtivo. O operador financeiro de Valdemar é o ex-ministro Maurício Quintella, atualmente candidato ao Senado pelo PR de Alagoas. Como Lula sabe que o caixa do PR é poderoso, por comandar grandes obras em rodovias no País, o petista tem acionado Valdemar quando precisa fazer chegar recursos às mãos de algum neo-aliado", diz outro trecho da reportagem.

A IstoÉ cita até uma entrega de R$ 6 milhões que teria sido feita de avião a mando de Lula, por intermédio do ex-ministro Gilberto Carvalho, para a campanha de Weverton Rocha (PDT), candidato ao Senado no Maranhão.

O ex-presidente teria orientado os partidários a garantirem o apoio da família Sarney no Maranhão, onde o MDB estava com Henrique Meirelles. Após a atuação do PT junto ao clã, Haddad saiu de 4% para 36% nas intenções de voto no Estado.

A revista atribui o crescimento de Fernando Haddad à coordenação de Lula. O ex-prefeito de São Paulo começou a campanha com 4% das intenções de voto e agora aparece isolado em segundo lugar, com 21%, segundo o último levantamento Ibope.

O PR disse por meio de nota que a revista cometeu falha de "apuração de fatos de conhecimento público". "Entre os ingênuos equívocos consta que Valdemar Costa Neto ainda cumpre pena em regime semiaberto. Bastava uma consulta ao Google ou a qualquer repórter de Brasília para saber que Costa Neto já cumpriu pena e está livre de qualquer sanção, desde maio de 2016", afirma o partido.

"Cabe ainda esclarecer que o ex-deputado não tem cargo na legenda republicana, e não atua por campanhas de petistas ou de qualquer outra legenda. O mesmo se aplica as afirmações que o relacionam a supostos atos administrativos no Ministério dos Transportes", conclui o PR.

O R7 também entrou em contato com as campanhas de Haddad, de Weverton Rocha e com o Partido dos Trabalhadores, mas ainda não obteve resposta.


R7 e Correio do Povo

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