Haddad afirma que PT irá "às últimas consequências" para ter Lula candidato
Postulante a vice-presidente enfatizou que instrumentos de combate à corrupção foram criados pela sigla
Postulante a vice-presidente enfatizou que instrumentos de combate à corrupção foram criados pela sigla | Foto: Mauro Pimentel / AFP / CP
O candidato a vice-presidente Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quinta-feira que os mecanismos de combate à corrupção foram criados nos governos petistas e que até o juiz federal Sérgio Moro reconhece isso. "Até o juiz Sergio Moro, que condenou o Lula, reconhece na sentença os avanços legislativos em torno do combate a corrupção", frisou. Em caminhada pelo centro de Curitiba, Haddad reafirmou que o PT irá até as últimas consequências para que o ex-presidente possa figurar como cabeça de chapa do partido. "Nós queremos Lula por uma causa, não por um capricho", discursou o candidato a vice.
"O problema é que estamos combatendo (a corrupção) de forma equivocada, destruindo empregos, libertando empresários corruptores e mantendo pessoas no cárcere sem provas", disse Haddad em ato de campanha em Curitiba, realizado após visita ao ex-presidente Lula na carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF).
À imprensa, Haddad insistiu que o PT espera que a Justiça brasileira acate a recomendação do Comitê de Direitos Humanos da ONU, que orientou o Brasil a autorizar Lula a participar do processo eleitoral. "Trabalhamos com a vitória no Tribunal (Superior Eleitoral). Recorreremos às últimas consequências, ao Supremo Tribunal Federal, para que não paire dúvidas sobre a disposição do PT de estar com Lula até o fim. Não apresentamos e não apresentaremos (alternativas a candidatura). Esperamos que o Judiciário atenda a recomendação", afirmou.
Pouco antes da visita ao ex-presidente, Haddad foi recebido pelo senador paranaense Roberto Requião (MDB), que serviu pães com mortadela ao petista. No Estado, o MDB está coligado com o PDT, do presidenciável Ciro Gomes, a quem formalmente o senador apoia, já que descartou palanque ao candidato do seu partido, Henrique Meirelles. "O fundamental não é derrotar pessoas, mas o modelo liberal (nas eleições). Sábado eu estarei com Ciro (Gomes), mas porque eu não daria um pão com mortadela a ele (Haddad)?", afirmou Requião.
Nos discursos depois da caminhada em Curitiba, Haddad e os candidatos petistas do Paraná pediram voto a Requião, que, apesar de ser filiado ao MDB, é histórico defensor dos governos petistas. O PT do Estado lançou apenas uma candidata ao Senado, a ex-prefeita de Curitiba Miriam Gonçalves, justamente para pedir o segundo voto dos eleitores ao emedebista.
Além de Haddad, Lula recebeu em sua cela nesta quinta-feira a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o ex-presidente do Partido Social Democrata da Alemanha e ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, e o filósofo português Boaventura de Sousa Santos.
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