quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Fernando Haddad vira alvo no debate de presidenciáveis

Evolução do petista nas pesquisas acentuou estratégia dos rivais na reta final

Evolução do petista nas pesquisas acentuou estratégia dos rivais na reta final | Foto: Nelson Almeida / AFP / CP

Evolução do petista nas pesquisas acentuou estratégia dos rivais na reta final | Foto: Nelson Almeida / AFP / CP

Segundo colocado nas pesquisas eleitorais, o candidato do PT, Fernando Haddad, foi o principal alvo de ataques no debate SBT/UOL/Folha de S. Paulo entre presidenciáveis nesta quarta-feira. Ele foi atacado inclusive por adversários do campo da esquerda e centro, como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Desde que foi apresentado como cabeça de chapa petista, o ex-prefeito está em curva crescente nas pesquisas - hoje aparece com 21% das inteções de voto, segundo levantamento Ibope/Estadão/TV Globo. A estratégia do voto útil foi deixada de lado, exceto nas considerações finais do encontro.

Logo no primeiro bloco, o ex-ministro travou embate com Marina, colega de Esplanada durante a gestão de Lula. A candidata lembrou que Haddad foi "pedir benção" do senador Renan Calheiros (MDB), que apoiou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff.  "Quem botou o Temer lá foram vocês. Ele traiu a Dilma e não teria conseguido chegar à Presidência se não fosse a oposição", rebateu Haddad.

Marina disse ainda que num possível segundo turno entre o petista e Bolsonaro, como indicam as pesquisas, ela não apoiaria nenhum dos dois. Em 2014, a candidata apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno contra Dilma Rousseff (PT).

Outro ex-ministro da era petista, Ciro Gomes criticou ainda mais diretamente o partido de Haddad. "Se puder governar sem o PT, eu prefiro. Nesse momento, o PT representa uma coisa muito grave porque transformou-se numa estrutura de poder odienta que acabou criando o Bolsonaro, essa aberração".

Pouco depois, questionado sobre a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu eventual governo, Haddad desviou da pergunta para rebater a crítica de Ciro. "Acabo de ver Ciro dizendo que não pretende governar com o PT, mas poucos meses atrás me convidava para ser vice, dizendo que seria a chapa do dream team. Não é assim que se faz política, demonizando quem não está junto."

O candidato do Podemos, Alvaro Dias, lembrou das denúncias de corrupção contra o PT e do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

O tucano Geraldo Alckmin repetiu a estratégia de se colocar como alternativa à polarização. "De um lado a volta do PT, que levou o País a 13 milhões de desempregados, uma irresponsabilidade nas contas públicas, um projeto de poder só de ganhar eleição. O Brasil para eles é secundário. De outro lado, evitar a insensatez de um candidato que não tem as menores condições, que representa o que há de mais atrasado na política, uma intolerância num país tão plural como o Brasil", disse.

Depois do debate, Haddad minimizou os atritos com Ciro e Marina. Segundo ele, os embates não inviabilizam um apoio deles à sua candidatura num segundo turno. "Essas coisas mudam. Eu adoro a Marina", relatou. Já a candidata da Rede reiterou seu posicionamento a respeito do segundo turno e disse que não dialoga com quem foi pego no "dopping da Lava Jato". A presidenciável contou que já conversou com Ciro e Alvaro durante a pré-campanha.

O debate desta quarta-feira contou com a volta de Cabo Daciolo (Patriota), que arracou risadas da plateia em diferentes momentos. Ao final do debate, Ciro não deu entrevista, mas, questionado sobre o que achou do encontro, disse que "pelo menos, deu pra dar risada".


Estadão Conteúdo e Correio do Povo


Pesquisa Ibope aponta Bolsonaro com 27% e Fernando Haddad com 21%


Presidenciáveis ampliam ataques em debate, mas poupam Bolsonaro

Irineu Machado, gerente-geral de Notícias

O debate com os presidenciáveis realizado nesta quarta-feira refletiu a briga nas pesquisas mais recentes por uma vaga no segundo turno: os candidatos subiram um pouco o tom em relação ao que vinham adotando em eventos similares. Ausente devido ao atentado a faca sofrido no último dia 6, Jair Bolsonaro (PSL) não foi alvo de críticas de seus rivais.
O evento, realizado pelo UOL, em parceria com o SBT e a "Folha de S.Paulo", aconteceu logo após a divulgação de nova pesquisa eleitoral do Ibope (encomendada pela CNI). Praticamente sem alterações em relação à pesquisa do Ibope de dois dias antes, o levantamento mostrou Jair Bolsonaro com 27%, Fernando Haddad com 21%, Ciro Gomes com 12%, Geraldo Alckmin com 8% e Marina Silva com 2% das intenções de voto.
Depois da revelação pela Folha de S.Paulo de que Ana Cristina Valle, sua ex-mulher, segundo documento do Itamaraty, alegou que tinha sido ameaçada de morte por ele, Bolsonaro foi às redes sociais hoje para afirmar que "insistem em falácias".
O candidato mais próximo de Bolsonaro nas pesquisas, Haddad, disse que não fará ataques aos adversários de campanha e afirmou que "o Brasil não quer ditadura".
Em Curitiba, a Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira o ex-secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, conhecido como Pepe Richa. Irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB) teve prisão temporária decretada pela Operação Lava Jato em investigações sobre casos de corrupção envolvendo a concessão de rodovias federais no Paraná.

Resumo do dia

De olho no 2º turno, presidenciáveis ampliam ataques, mas poupam Bolsonaro

De olho no 2º turno, presidenciáveis ampliam ataques, mas poupam Bolsonaro

Ibope: Bolsonaro tem 27%; Haddad, 21%; Ciro, 12%; Alckmin, 8%; e Marina, 6%

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Jair Bolsonaro afirma que 'insistem em falácias e rótulos' contra ele

Lava Jato prende irmão de Beto Richa, e primo tem prisão decretada


Josias de Souza: Vice de Anastasia já admite o apoio a Jair Bolsonaro

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