terça-feira, 25 de setembro de 2018

Em 36 horas, chove metade da média histórica de setembro em Porto Alegre

Capital registrou diversos pontos com acúmulo de água e quedas de árvores

Cerca de 35 árvores caíram em Porto Alegre devido ao temporal | Foto: Guilherme Testa

Cerca de 35 árvores caíram em Porto Alegre devido ao temporal | Foto: Guilherme Testa

Quedas de árvores, ruas com acúmulo de água e falta de luz. Esse foi o panorama na manhã desta segunda-feira na Capital gaúcha após horas de chuva contínua, que tiveram início na madrugada de domingo e seguiram quase ininterruptamente durante o dia. E a situação de instabilidade deverá seguir durante toda a semana. Na cidade, segundo a Defesa Civil, o volume acumulado de chuva em 36 horas chegou a 70 mm. A média histórica de precipitação do mês de setembro registra 139,5 mm. O nível do Guaíba está sendo monitorado. Na manhã, chegava a 1 metro na Ilha da Pintada e 1,14 metro no Cais Mauá, considerada uma situação normal em ambas.

Com a chuva, vários pontos na cidade registraram acúmulo de água, sem nenhum bloqueio total. Na região central, entre os pontos complicados, estava a Aureliano de Figueiredo Paiva e na rua Engenheiro Luiz Englert, junto à reitoria da Ufrgs. Na rua Voluntários da Pátria havia acúmulo de água em vários pontos. Um dos mais críticos era na esquina com a rua Garibaldi. Segundo o responsável por um estacionamento, Nestor Belo, a situação é crítica, porque parece não haver escoamento da água.

Em direção à região Norte, na avenida Sertório os motoristas precisavam ficar atentos à presença de água nas laterais, como ocorreu na esquina com a avenida Emílio Lúcio Esteves. Nos bairros Jardim Lindóia e Sarandi vários pontos tinham água, mas sem chegar a interromper o trânsito. Na rua Minas Gerais, no bairro Sarandi, de um lado uma árvore de pequeno porte caiu, do outro lado da via, a presença de água fez a calçada sumir.

Foto: Guilherme Testa

No mesmo bairro, na rua Veneza, a queda de uma árvore de manga destruiu o muro de uma residência. Segundo o morador Antônio da Rosa, a sorte foi que a árvore caiu em direção à rua. "Foi um grande susto pelo barulho e força dos ventos", comentou ele, que reside no local há 41 anos. A queda da árvore ocorreu na madrugada de domingo. No bairro Itu Sabará, o morador Luis Fernando Kunz passou pela mesma situação, mas na madrugada de segunda. Uma árvore de grande porte quebrou quase ao meio, caindo na rua, bloqueando o trânsito na rua Elizio Abate Crivella, junto com a Paul Harris. "Agora esperamos que ela não cai para dentro do pátio", comentou ele.

A prefeitura registrou 19 pontos mais críticos com acúmulo de água; 35 árvores caídas, com necessidade de oito bloqueios total de vias e 24 parciais. Caíram 16 postes, com três bloqueios total de vias. Além desses prejuízos, os transtornos foram grandes ao trânsito, com congestionamentos e engarrafamentos em vários pontos. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou 29 semáforos sem funcionamento por falta de luz. Foram recebidas 99 ocorrências entre a madrugada de domingo e manhã desta segunda.

A população pode realizar contato com a Defesa Civil, através do telefone 199 ou 3268.9026. No final da manhã de ontem, na área da CEEE cerca de 77,5 mil clientes permaneciam sem energia. Desse total, a maior parte, 34 mil, estavam na Região Metropolitana e Capital, e 16 mil na região Sul do Estado. A concessionária alerta para que o registro de falta de luz e problemas provocados pelo temporal podem ser informados, preferencialmente por torpedo, mandando a palavra LUZ e o número da Unidade Consumidora (UC) para 27307.

Foto: Guilherme Testa

Ação da prefeitura

Para amenizar os transtornos provocados pelas chuvas, a Divisão de Espaços Verdes, da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, já atendeu cerca de 40 ocorrências envolvendo quedas de árvores ou galhos. Estão atuando com 14 equipes, neste momento, com prioridade para casos com bloqueio de vias. No início da tarde, ainda havia cerca de 30 chamados em atendimento.

No bairro Humaitá, o problema elétrico em uma casa de bombas fez com que houvesse acúmulo de água nas ruas, que inclusive invadiu algumas casas na região. Ela foi reativada às 8h, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. A secretaria destacou que, pelo volume de chuvas, a situação só não foi mais grave em função das manutenções preventivas.

"É sempre importante destacarmos a atuação preventiva das nossas equipes, que estavam de prontidão, após o informe meteorológico, que previa a ocorrência das fortes chuvas acompanhadas de vento, visando um atendimento rápido e efetivo das demandas. Contamos com o auxílio da população, que em caso de necessidade informe via Sistema Fala Porto Alegre 156 ou através da Defesa Civil pelo 199", afirma o secretário de serviços urbanos, Ramiro Rosário.

Foto: Guilherme Testa



Correio do Povo



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