Deu no GLOBO:
Mais de 70% dos concluintes do ensino médio no Brasil não atingem o nível básico de conhecimentos em língua portuguesa e matemática, apontam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quinta-feira. Os dados revelam uma estagnação dessa etapa escolar desde 2009, com viés de queda.
Em matemática, a proficiência média despencou de 275 para 270 pontos entre 2009 e 2017 no ensino médio. A variação em língua portuguesa foi mais discreta, de 269 para 268 pontos no mesmo período, mas também com tendência de diminuição.
A baixa aprendizagem também é verificada no ensino fundamental. Em português, 39,32% dos estudantes do 5º ano e 60,51% dos que estão no 9º ano têm nível “insuficiente” de proficiência. Em matemática, a proporção é de 33,12% e 63,11%, respectivamente.
A Gazeta do Povo também comentou o resultado, com a seguinte chamada: “Avaliação mostra que nível do ensino médio está estagnado há 12 anos”. Diz a notícia:
Não há nada a comemorar com o resultado da última avaliação dos alunos de ensino médio no Brasil nas disciplinas de português e matemática, divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Ministério da Educação (MEC). Apesar de apresentar índices ligeiramente elevados em relação à edição de 2015, as notas médias dos alunos dessa etapa da educação básica não saem do nível 2, tanto na escala de 8 degraus de língua portuguesa quanto na de matemática, com 10 etapas.
As notas estão no mesmo patamar desde 2005, quando o MEC mudou a metodologia do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que examina, a cada dois anos, por meio de provas e questionários as escolas públicas e privadas no Brasil. O cenário pode melhorar ou piorar quando for divulgado na próxima segunda-feira (3) o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que cruza os dados da nota Saeb com outros fatores como taxas de aprovação e reprovação.
Diante desses lamentáveis dados, só alguém muito dominado pela ideologia estatizante poderia defender que a solução passa por jogar mais recursos no modelo atual de ensino brasileiro. Nosso “ensino” claramente fracassou, e não é por falta de recursos, até porque gastamos uma média similar à da OCDE em relação ao PIB. O problema é que gastamos mal, e temos doutrinação ideológica em vez de educação real.
O patrono da nossa “educação” não poderia ser outro mesmo. Paulo Freire foi um comunista que levou o conceito de luta de classes para dentro da sala de aula. Quando não estava enaltecendo ditadores assassinos, estava repetindo que existem opressores e oprimidos em sala, e que o professor tinha tanto a aprender com o garoto favelado quanto o garoto tinha a aprender com o professor.
Temos ainda a questão da total falta de hierarquia e disciplina dentro das salas, um efeito direto da mentalidade esquerdista revolucionária dos anos 1960. Da mão à palmatória chegamos ao caos do vale tudo, em que os alunos desafiam os professores e fica por isso mesmo. Casos mais graves de agressão física não são raros. Leave them kids alone? Parece que “deu ruim”.
Não é por acaso que escolas militares têm apresentado indicadores melhores: há ao menos mais disciplina e hierarquia. Isso não quer dizer que a solução seja militarizar todas as escolas, mas o mínimo que podemos fazer é entender a necessidade de mais firmeza nas regras, o que é saudável para os próprios alunos.
Nossos professores, além do problema ideológico, padecem de falta de preparo muitas vezes. E aí vem aquele que talvez seja o principal ponto: os sindicatos, poderosos, protegem os incompetentes. Nosso ensino está todo dominado por esses sindicatos, que dificultam qualquer reforma séria.
Resolver essas questões não é nada fácil. Mas sem começar a apontar na direção certa não teremos chance, e sem educação de boa qualidade, o Brasil não terá chance de avançar. É um dilema e tanto. Alguns respondem com o projeto Escola Sem Partido, uma proposta que serve ao menos para lançar luz sobre o problema da doutrinação ideológica de esquerda. Outros apelam para o homoschool, que vem crescendo e será julgado pelo STF agora.
Nada disso, porém, ataca o cerne da questão. O buraco é bem mais embaixo, e levaremos gerações para reformular nosso sistema de ensino. O tamanho do desafio, contudo, não pode ser desculpa para o imobilismo. Temos uma epidemia destruindo o que há de mais precioso em nosso país: o capital humano, o cérebro de nossas crianças e jovens. Se não começarmos a inverter esse quadro, oferecendo educação verdadeira para essa turma, estaremos condenados ao país do futuro para sempre.
Rodrigo Constantino
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