Governador vai assumir candidatura à reeleição no domingo, mas campanha está montada em todo o Estado
MDB larga na frente na organização da disputa pelo governo do RS | Foto: Guilherme Testa / CP Memória
Mesmo que o governador José Ivo Sartori insista em só assumir sua candidatura à reeleição no próximo domingo, após ter o nome endossado na convenção partidária, o MDB largou na frente e o governador é, entre os postulantes ao Piratini, o que está com a estruturação da campanha mais adiantada.
Sartori já tem definido o valor que deve receber do fundo eleitoral, e será o com o maior volume de recursos, quase R$ 5 milhões. Ainda em 2017 organizou o grupo responsável pelas articulações políticas com outras siglas e possíveis apoiadores. Ele inclui o ex-ministro Luís Roberto Ponte, figura histórica do MDB gaúcho e com forte influência no meio empresarial; e o atual secretário de Assessoramento Superior do Gabinete do Governador, Idenir Cecchim. Agora, caberá a Ponte cuidar das contas da campanha. Cecchim responderá pela coordenação.
O governador também largou na frente na composição da chapa da majoritária, que está pronta. Vai repetir a dobradinha com o vice-governador José Paulo Cairoli, que teve o nome endossado na convenção do PSD no último domingo. E os dois candidatos ao Senado estão definidos: Beto Albuquerque, com o nome já homologado no PSB, e José Fogaça (MDB).
A rápida definição de Fogaça em função da desistência do ex-governador Germano Rigotto é outro exemplo da agilidade emedebista. Pelo menos 10 dias antes de a decisão de Rigotto se tornar pública, sua desistência e a substituição por Fogaça não só já estavam acertadas internamente como tiveram um toque de pragmatismo: a possibilidade de captação de mais votos na região Metropolitana, área que, internamente, é considerada como a mais frágil. “Tanto o Fogaça como o Beto atingem bem a grande Porto Alegre, justamente a região de maior debilidade do MDB no RS”, admitiu Ponte.
O fato de estar governo e ter uma estrutura forte no Estado ajudou a antecipar a mobilização partidária, independente de Sartori assumir ou não a candidatura. “Conseguimos uma grande coligação em torno do governador e a campanha está muito bem estruturada. Consideramos essa organização da largada fundamental em uma campanha que terá poucos recursos e será curta”, assinala Cecchim.
Os temas que vão pautar a campanha também já estão prontos: o MDB vai insistir em que é necessário fazer uma escolha entre serviços essenciais e a manutenção de estatais em determinados setores, por exemplo. Mas vai também tentar fazer afagos aos professores estaduais; e vender a ideia de que a política de segurança foi totalmente reformulada a partir do ingresso do secretário Cezar Schirmer. Por fim, vai admitir que muito mais precisa ser feito na área da saúde. “Vamos passar quatro anos difíceis, mas não podemos tirar a esperança do povo”, resume Ponte.
A estratégia para tentar neutralizar a associação com o governo Michel Temer ainda está em discussão. “Vamos tratar disso nas próximas duas semanas. O MDB gaúcho é um pouco diferente, mas não é uma ilha”, filosofa Cecchim.
Correio do Povo
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