quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Aumento de salário não é o melhor para o Brasil, diz Cármen Lúcia

Presidente do Supremo votou contra ampliação dos pagamentos para R$ 39 mil

Aumento de salário não é o melhor para o Brasil, diz Cármen | Foto: Nelson Jr. / SCO / STF / CP

Aumento de salário não é o melhor para o Brasil, diz Cármen | Foto: Nelson Jr. / SCO / STF / CP

Ao comentar nesta quinta-feira o resultado da votação, em que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram o aumento de seus próprios salários, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disse não se envergonhar de ter ficado vencida no tema, por estar convencida de que não era o melhor para o Brasil. "Perco quase todo dia, ontem perdi, provavelmente hoje perco de novo em alguma votação. Mas eu não queria estar ao lado dos vencedores", disse a ministra, que votou para que os salários permanecessem em R$ 33,7 mil por pelo menos mais um ano.

O reajuste dos salários foi votado em sessão administrativa na noite de quarta-feira, quando foi aprovada a inclusão no orçamento do Poder Judiciário de 2019, a ser encaminhado ao Congresso, o aumento de 16% nos vencimentos dos ministros, que poderão chegar a R$ 39 mil. Votaram a favor do aumento os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes. Cármen Lúcia votou contra o reajuste, assim como os ministros Rosa Weber, Edson Fachin e Celso de Mello.

• Relator afirma que reajuste de ministros do STF pressiona ainda mais Orçamento

"Os que venceram e como venceram não era o que eu queria mesmo, e continuo convencida de que não era o melhor para o Brasil", disse a presidente do STF. "Às vezes lutamos muito, mas não ganhamos, mas o objetivo de lutar pelo Brasil e conviver com o diferente que muitas vezes vence faz parte da democracia", acrescentou. As declarações foram dadas durante um evento sobre os 30 anos da Constituição, em uma universidade particular de Brasília. Participavam da mesa também a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha.


Agência Brasil e Correio do Povo



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