terça-feira, 14 de agosto de 2018

Após 1 mês, nova grade da GloboNews fracassa e causa tensão em equipes

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Izabella Camargo e José Roberto Burnier no jornal matinal "Em Ponto", da GloboNewsImagem: Divulgação


Ricardo Feltrin

Colunista do UOL

Os nervos estão à flor da pele nos bastidores da GloboNews. Repórteres insatisfeitos(as), reclamações entre colegas até ao vivo, erros técnicos, muita matéria repetida e, principalmente, ibope em alguns horários já rondando o chamado “traço”.

Eis a fórmula ideal para gerar tensão em todos os níveis em uma empresa, e é exatamente isso que ocorre neste momento no canal jornalístico da Globosat.

Um aparente erro decisório foi a criação de três programas jornalísticos com três horas de duração cada: o “Em Ponto” o “Edição das 10” e o “Estúdio i” conforme esta coluna antecipou em abril.

Exibido  das 6h às 9h de segunda a sexta, por exemplo, o “GloboNews Em Ponto” --maior investimento da nova gestão da GloboNews-- completa um mês no ar com resultados pífios no ibope.

Ancorado por José Roberto Burnier (ele estreou na bancada em meados do mês passado), o “Em Ponto” chegou a dar quase 0,5 ponto de audiência em SP na estreia.

Parece pouco, mas, para a TV  paga, esse índice é até respeitável (cada ponto = 72 mil domicílios)

O problema é que depois disso foi só queda de público. Hoje o “Em Ponto” chega a dar média de 0,2 ponto --o que é muito próximo do chamado traço de audiência.

A coluna apurou que, inclusive, a direção parou de enviar para os editores-chefes as médias de audiência, numa tentativa para não desanimar a equipe.

O “jornalzão” matinal tem dezenas de profissionais envolvidos, e de longe é um dos maiores custos da casa.

No entanto, não está atraindo nem público e tampouco anunciantes, o que amplia a insegurança.

Entre outros defeitos o telejornal abusa de matérias longas e de quadros demorados e cansativos.

Já o “Edição das 10h” também se tornou prolixo em suas três horas, uma vez que repete muitas coisas do “Em Ponto”.

Por sua vez, o “Estúdio i” já era uma atração complicada com duas horas de duração. Com três, ficou mais cansativa e igualmente prolixa.

O telespectador da GloboNews vê hoje de forma cotidiana os mesmos repórteres entrando em todos os jornais para falar exatamente a mesma coisa. Cansa.

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Coluna de Ricardo Feltrin

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