Publicado em 1 de ago de 2018
Hélio Bicudo sempre viu as coisas como as coisas são, e nunca lhe faltou coragem para contar o caso como o caso foi. Nos anos 70, enfrentou o grupo de extermínio formado por policiais liderados pelo delegado Sérgio Fleury, que ingressaria na história universal da infâmia como um dos mais ferozes torturadores a serviço de militares ultradireitistas. Em 2005, abandonou o PT, enojado com a constatação de que o partido que ajudou a fundar se transformara numa organização criminosa. Ao comandar a ofensiva que resultou no impeachment de Dilma Rousseff, Bicudo deixou claro que, além de deixar o PT, também fizera com que o PT saísse dele. Morto aos 96 anos, Hélio Bicudo pertence à linhagem dos homens que sempre parecem ter partido cedo demais.
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