Trecho do livro “Saber Envelhecer”, de Cícero, página 20: “Em Esparta, magistrados mais importantes são “velhos” que obtêm inclusive sua glória desse nome. E se vos derdes o trabalho de aprender um pouco de História estrangeira, vereis que numerosos Estados desmoronaram por culpa de homens jovens, e que outros foram mantidos e restabelecidos por velhos.
Vejamos! Como pudestes deixar vosso país deteriorar-se tão rapidamente?
A essa questão colocada pelo poeta Névio, em O Jogo, a primeira resposta é sempre:
Sob a influência de novos oradores, de jovens loucos!
Sem dúvida alguma, a irreflexão é própria da idade em flor, e a sabedoria, da maturidade.
Ah, evidentemente, tenho menos força que cada um de vós dois! Mas vós também não tendes o vigor do centurião Tito Pôncio. Isso quer dizer que ele vos é superior? O essencial é usar suas forças com parcimônia e adaptar seus esforços a seus próprios meios. Então não sentimos mais frustração nem fraqueza. Conta-se que Milton fez sua entrada no estádio de Olímpia carregando um boi entre os ombros. O que vale mais? Ter esse vigor físico ou aquele, inteiramente intelectual, de Pitágoras? Em suma, usemos tal vantagem quando a tivermos e não a lamentemos quando ela desapareceu. Acaso os adolescentes deveriam lamentar a infância e depois, tendo amadurecido, chorar na adolescência? A vida segue um curso muito precioso e a natureza dota cada idade de qualidades próprias. Por isso, a fraqueza das crianças, o ímpeto dos jovens, a seriedade dos adultos, a maturidade da velhice são coisas naturais que devemos apreciar cada uma em seu tempo. (Página 29).
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