sábado, 28 de julho de 2018

Tentar distrair o cérebro durante crise de ansiedade pode amenizá-la

Coração acelerado, falta de ar, sudorese, medo paralisante. Assim se caracteriza uma crise de ansiedade. Ela cresce progressivamente e funciona como um alarme de carro que, por qualquer coisa, dispara. Mais de 18 milhões de brasileiros, o que corresponde a 9% da população, sofrem de transtornos relacionados à ansiedade, líder mundial no quesito, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

De acordo com o psiquiatra Diego Tavares, do Hospital das Clínicas de São Paulo, o país lidera o ranking não apenas pela predisposição, mas também por hábitos que desregulam a função cerebral das áreas de alerta, que são o hipocampo e amígdala cerebral, que controlam as emoções.

Os hábitos são dormir pouco, falta de exercícios físicos, excesso de consumo de substâncias estimulantes, como cafeína, consumo de drogas e até mesmo de remédios para emagrecer. “Se as pessoas fizessem exercícios, dormissem no horário e evitassem estimulantes, muitas crises poderiam ser prevenidas”, afirma.

Tavares explica que a ansiedade é uma característica normal do ser humano, uma manifestação de alerta para uma situação desconhecida. Ela se torna uma doença quando o sistema de alarme cerebral é ativado constantemente, por banalidades, geralmente, por uma desregulação desse sistema.

“A ansiedade é uma falsa previsão de que algo ruim vai acontecer. Está sempre relacionada a algo negativo. Ela é muito confundida com a empolgação, que é totalmente relacionada ao ato positivo, mas que também é um transtorno derivado da ansiedade”, afirma o psicólogo Yuri Busin, do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME).

Segundo Tavares, quando a ansiedade é uma doença, conforme o grau, que pode ser leve, moderado ou grave, é considerada um transtorno. Entre os transtornos mais comuns estão o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), que pode ir de leve à grave e gera crises de maneira frequente, e a Síndrome do Pânico, que é considerado um transtorno grave.

A principal diferença entre uma crise de ansiedade e uma crise de pânico é que, enquanto a de ansiedade ocorre de forma gradativa, podendo ser premeditada, o ataque de pânico é espontâneo e abrupto. Ambas as crises podem também ser acompanhadas de um outro transtorno, a agorafobia, transtorno de ansiedade que gera o medo patológico “de passar mal e não ser socorrido” e  insegurança de ficar sozinho.

Busin afirma que os transtornos de ansiedade trazem dificuldades na vida pessoal e profissional. “Os sentimentos não são apenas relacionados a um sentimento ruim vez ou outra. Transtornos de ansiedade geram imenso desgaste físico, mental e emocional. A pessoa se sente cansada e isso interfere em sua vida”, explica.

Celebridades como as atrizes Selena Gomez, Emma Stone e Amanda Seyfried revelaram que sofrem de crises de ansiedade, o que vem incentivando a discussão sobre o tema. Recentemente, o ator Ryan Reynolds disse que tem o problema desde pequeno. Ela afirmou em entrevista ao jornal The New York Times que, devido à ansiedade antes das entrevistas, chega a sentir vontade de vomitar e medo de morrer. “Eu tenho ansiedade, sempre tive ansiedade”, confessou.

Reynolds afirmou que já foi paralisado pelo transtorno no meio da noite, agonizando sobre o futuro. Como maneira de autodefesa, ele disse que usa o humor como estratégia, encarnava personagens como forma de contornar suas crises, sempre fazendo piadas e falando besteiras.

Mulheres entre 20 a 30 anos são as mais afetadas pela ansiedade, segundo o psicólogo. “O quadro pode gerar outros problemas, como gastrite e dores crônicas, seja de cabeça, muscular ou nas articulações”, afirma.

As crises de ansiedade não ocorrem apenas em quem possui transtorno de ansiedade. Em situações extremas, pessoas sem qualquer diagnóstico podem apresentar episódios de grande ansiedade, de acordo com Busin. Ele explica que deve se procurar ajuda quando o problema interfere nas atividades do dia-a-dia.

Tavares afirma que uma crise de ansidedade pode ser amenizada por meio da distração do pensamento. “A pessoa deve respirar fundo e tentar distrair o cérebro, seja do pensamento ou dos sintomas. Um método eficaz para superar uma crise é olhar para o teto, olhar para o céu, para as paredes, descrever a cor, olhar o chão, descrever sua textura. Assim, a pessoa consegue se concentrar em outra coisa”, explica.

O psiquiatra explica que transtornos leves e moderados podem ser tratados sem o uso de medicação, seja por meio da psicoterapia ou de exercícios físicos. Já para transtornos de ansiedade graves e síndrome do pânico, são recomendados tratamentos medicamentosos. São utilizados antidepressivos e anticonvulsivos, que regulam o humor, pois o transtorno gera grande sofrimento ao paciente e deve ser tratado de maneira geral e não apenas de forma sintomática.

Fonte: R7


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