terça-feira, 31 de julho de 2018

Cerca de 12 mil bombeiros combatem incêndios na Califórnia

Chamas deixaram pelo menos seis mortos, mas autoridades veem otimismo no controle do desastre

Chamas deixaram pelo menos seis mortos, mas autoridades veem otimismo no controle do desastre | Foto: Josh Edelson / AFP / CP

Chamas deixaram pelo menos seis mortos, mas autoridades veem otimismo no controle do desastre | Foto: Josh Edelson / AFP / CP

Um policial bateu na porta de Alyce Macken de manhã cedo, disse-lhe que tinha 15 minutos para sair antes que o fogo destruísse sua casa. Esta é uma das muitas histórias devastadoras dos incêndios na Califórnia, que já deixaram oito mortos. Cerca de 12 mil bombeiros lutavam nesta segunda-feira contra as chamas de 17 grandes incêndios que avançam sem controle - alimentados pela seca -, transformando em cinzas uma área de 800 quilômetros quadrados. O mais forte deles, batizado de Carr, matou seis pessoas, entre elas uma idosa de 70 anos, Melody Bledsoe, e seus dois bisnetos, de quatro e cinco anos, identificados como Emily Roberts e James Roberts.

"Falei com Júnior por telefone até que ele morreu", contou o marido de Melody à CNN, lembrando que suas últimas palavras foram: "Venham, tirem-me daqui, o fogo está entrando pela porta dos fundos, venha vovô". A ajuda não chegou a tempo de salvá-los. O Carr, controlado em apenas 20%, arrasou 400 quilômetros quadrados e destruiu quase mil estruturas, 723 delas residenciais.

Entre estas está a casa de Macken, na cidade de Redding, uma das mais castigadas pelas chamas. "Às seis em ponto da manhã, alguém bateu na porta e o delegado nos disse que tínhamos 15 minutos para sair. Saímos em dez. Estava tremendo", contou a aposentada, falando em um centro comercial vizinho, onde se reuniu com outros vizinhos, e de onde viu sua casa sucumbir ao fogo. "Foi quase como um tornado de fogo, que chegou por cima da colina e varreu nossa casa, varreu a casa do nosso vizinho", relatou.

Otimismo

As autoridades já evacuaram cerca de 38.000 moradores no condado de Shasta, ao qual pertence Redding. "Morei nesta comunidade toda a minha vida e nunca antes havia visto um incêndio que provocasse tanta destruição", admitiu o supervisor deste condado, Leonard Moty. Uma neblina espessa de fumaça que cobria uma grande área do norte da Califórnia provocava problemas respiratórios e limitava a visibilidade.

Os grupos de resgate disseram se sentir "muito mais otimistas", disse Bret Gouvea, comandante da agência de combate a incêndios da Califórnia, CalFire. "Estamos ganhando terreno, já não estamos na defensiva". No entanto, as condições nesta segunda-feira são perfeitas para alimentar as chamas: muito calor, cerca de 38 graus, e pouco vento e umidade.

Segundo o Escritório de Serviços de Emergência do Governador da Califórnia (Cal OES), 12 mil bombeiros procedentes de locais tão distantes como Flórida e Nova Jersey foram deslocados por todo o estado. Brown declarou estado de emergência nos condados de Shasta, Lake, Napa e Mendocino, este último com um incêndio que devastou 85 quilômetros quadrados e avançava com velocidade. O presidente Donald Trump colocou à disposição ajuda federal às zonas afetadas. Mais de 40 pessoas morreram no ano passado na temporada de incêndios mais letal da Califórnia.


AFP e Correio do Povo

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