Chocada com as imagens que repercutiram nas redes sociais, causando revolta entre personalidades e internautas, ela fez uma petição on-line na manhã desta quarta, 20
Por Marcelo Menna Barreto
Alena: eles não humilharam apenas a mulher que aparece no vídeo, como também todas as mulheres da Rússia
Foto: Arquivo Pessoal
Ao contrário de que alguns veículos de mídia on-line publicaram esta manhã, 20, Alena Popova não é jurista. A russa, que está instigando o mundo a se manifestar em uma petição on-line para que os torcedores brasileiros flagrados em um vídeo assediando mulheres de seu país durante a Copa do Mundo sejam responsabilizados, se identifica como ativista social, exerceu a atividade de jornalista, se diz uma empreendedora e trabalha desde 2014 com a deputada Galina Petrovna Khovanskaya na Duma, a Câmara Baixa do Parlamento da Federação Russa. Alena se diz chocada com as imagens que repercutiram nas redes sociais, causando revolta entre personalidades e internautas. A petição foi endereçada ao Ministério do Interior da Russia e à Embaixada do Brasil no país.
Para Alena, a lei russa permite várias opções para penalizar alguém que agride publicamente a honra e a dignidade de outra pessoa. No caso dos brasileiros, a ativista acrescenta que eles não humilharam apenas a mulher que aparece no vídeo, como também todas as mulheres da Rússia. “No começo um dos homens acrescenta a palavra russos”, declara. Na descrição do abaixo-assinado, a ativista informa: “os cidadãos estrangeiros em vídeo podem ser responsabilizados por cometer um delito nos termos da Parte 1 do artigo 5.61 do Código da Federação Russa sobre Infracções Administrativas”.
Desde 2013, Alena Popova ainda está à frente do projeto Mulheres Protegidas. “Dentro da minha luta contra a desigualdade de gênero eu me concentro no combate à violência doméstica que acontece em cada quatro famílias russas”. Segundo Alena é o problema mais crítico, “já que não só causa danos físicos, mas também psicológicos, influenciando assim a vida futura de uma mulher”, pontua. Ela diz que está trabalhando o projeto no legislativo para instituir uma lei contra a violência doméstica e, paliativamente, ajudando as mulheres vítimas na procura de alojamento temporário e prestando auxílio jurídico.
Presa por protestar contra assédio sexual
Deputado Leonid Slutsky foi acusado por várias mulheres por assédio sexual
Foto: Arquivo Pessoal
Em abril passado, Alena e duas colegas, Anastasiya Glushkova e Anastasiya Alekseeva, foram presas sob a acusação de terem organizado um “evento em massa” sem permissão do governo. Era o protesto contra o deputado Leonid Slutsky, personagem do primeiro escândalo sexual da história da Duma russa. Slutsky foi acusado por várias mulheres de assédio sexual, provocando um debate público e comparações com o escândalo de Harvey Weinstein, produtor cinematográfico norte-americano que causou intensos protestos da comunidade artítica de Hollywood.
Como a lei russa exige que um protesto de mais de duas pessoas seja autorizado pelas autoridades locais, as três mulheres foram penalizadas por se manifestar com cartazes contra o deputado Slutsky na frente do parlamento russo. As ativistas chegaram a fazer quatro pedidos para realizar protestos maiores em Moscou, todos foram negados. Popova e Glushkova foram considerados culpadas e multadas em 20.000 rublos. Na ocasião, o porta-voz de Vladimir Putin, aliado de Slutsky, Dmitry Peskov, sugeriu que as acusações contra o deputado foram feitas porque as queixas sobre assédio sexual se tornaram “moda”.
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