Comprova identificará e explicará rumores e conteúdos forjados que podem influenciar o resultado do pleito presidencial
Comprova identificará e explicará rumores e conteúdos forjados que podem influenciar o resultado do pleito presidencial | Foto: Divulgação CP
Um projeto colaborativo entre 24 mídias brasileiras verificará informações que circulam na internet durante a campanha eleitoral de 2018. Chamado Comprova, será lançado nesta quinta-feira, em São Paulo, com o objetivo de ajudar o eleitor, identificando e explicando rumores, conteúdos forjados e táticas de manipulação que possam influenciar o resultado das eleições presidenciais deste ano.
“O volume de conteúdo problemático circulando no Brasil é grande demais para que uma única redação lide com ele, e não faz sentido que diferentes redações dupliquem esforços para investigar os mesmos casos de conteúdo problemático", explicou a diretora do First Draft, Claire Wardle, uma das idealizadoras do projeto.
Já o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e líder do Comprova, Daniel Bramatti, disse que “nunca tantos veículos concorrentes se uniram em um projeto colaborativo como este”. “O desafio do combate à desinformação exige uma ação coordenada”, destacou.
Um aspecto crucial do Comprova será o cuidado de desmentir apenas informações equivocadas que já tenham tido um grande alcance ou que tenham potencial viral. A ideia é que a plataforma não corra risco de ajudar um boato ainda fraco a ganhar fôlego acidentalmente. O Comprova entra no ar em 6 de agosto de 2018. E, ao longo de cinco semanas, que antecedem a estreia, a equipe do Comprova vai trabalhar em atividades para engajar o público e consolidar sua presença nos canais de mídias sociais e no WhattsApp.
Como funciona
O projeto usa métodos baseados em pesquisas para combater desinformação online e fornece aconselhamento prático e ético sobre como encontrar, verificar e publicar conteúdo originário das redes sociais. Um critério inovador do Comprova é que nenhuma informação verificada será publicada antes de ao menos três veículos de imprensa entrarem em acordo sobre a falsidade do dado.
As redações participantes trabalharão juntas para verificar informações, depois criarão peças visuais como imagens compartilháveis, gifs animados e vídeos curtos para espalhar os desmentidos. Os relatos serão publicados no site do projeto (projetocomprova.com.br) e terão alcance ampliado pelos parceiros do projeto, que usarão seus próprios canais e publicações para que mais brasileiros tenham acesso à informação confiável.
O contato com o público, para envio de rumores relacionados às eleições presidenciais, será realizado pelo WhatsApp, já que o Brasil concentra um grande número de usuários no aplicativo - pesquisa de maio de 2017 aponta que o País tem 120 milhões de usuários ativos.
O Comprova foi inspirado em projetos como o CrossCheck – realizada durante a campanha eleitoral presidencial na França, em maio de 2017. Outros deles foram parcerias com agências de verificação de fatos nas eleições de junho de 2017 no Reino Unido e de setembro de 2017 na Alemanha.
Quem está no projeto
O projeto será implementado por empresas de mídia, como AFP, Band, BandNews, Canal Futura, Correio do Povo, Exame, Folha de S.Paulo, GaúchaZH, Gazeta do Povo, Gazeta Online, Jornal do Commercio, Metro Brasil, Nexo Jornal, Nova Escola, NSC Comunicação, O Estado de S.Paulo, O Povo, Poder360, revista piauí, Rádio BandNews FM, Rádio Bandeirantes, SBT, UOL e Veja.
A coalizão está sob coordenação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e tem apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor). O Google News Initiative e o Facebook Journalism Project ajudam a financiar o projeto e oferecem treinamento e apoio técnico.
Os parceiros institucionais da iniciativa são Associação Nacional de Jornais (ANJ), RBMDF Associados, Escritório da Universidade de Harvard no Brasil, Projor, Torabit, Ideal H+K Strategies e Twitter.
Como encontrar o Comprova
Site: projetocomprova.com.br
Facebook: facebook.com/ComprovaBR
Twitter: twitter.com/comprova
YouTube: youtube.com/comprova
Correio do Povo
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