De passagem no Rio Grande do Sul, emedebista descarta ser substituído por Nelson Jobim na corrida presidencial
Henrique Meirelles participou do 2º Congresso Estadual do MDB Mulher neste sábado | Foto: Pedro Tesch / Divulgação / CP
Em roteiro rápido pelo Rio Grande do Sul, onde diferentes lideranças do MDB já disseram publicamente que lhe falta história no partido e, ao mesmo tempo, insistem em ventilar o nome do ex-ministro Nelson Jobim como alternativa na corrida presidencial, o pré-candidato do MDB à presidência da República, Henrique Meirelles, não se acanhou.
Neste sábado em Porto Alegre, ao ser questionado sobre os baixos índices ostentados por sua pré-candidatura e as especulações em torno do nome de Jobim, ele disse estar convicto não apenas de que será o candidato, como de que vencerá o segundo turno da eleição presidencial. “Temos muito potencial e nenhuma dúvida de que estamos mobilizando o MDB no Brasil inteiro. Tenho certeza de que obteremos uma vitória grande em outubro”, assinalou a jornalistas, durante coletiva na sede estadual do partido.
Sobre Jobim, Meirelles revelou ter conversado com o gaúcho na sexta-feira. Este teria desautorizado todas as especulações sobre seu nome. “O Jobim e um grande amigo, falei com ele ontem pelo telefone, ele me mandou uma mensagem, liguei de volta, e ele disse inclusive que desautoriza todas as especulações em seu nome, não é candidato e não vai participar dessas eleições. Estamos juntos.”
O ex-ministro da Fazenda também não se furtou a se apresentar como o candidato do governo. Para justificar o otimismo em relação à própria pré-candidatura, apesar de as últimas sondagens o colocarem como com no máximo 1% das intenções de voto e apontarem a administração Temer como campeã em rejeição, Meirelles classificou o projeto do governo como ‘vencedor’. “Desta vez o MDB possui resultados fortes para mostrar. Tirou o Brasil da recessão, está fazendo uma organização, reformas, e tem condições de apresentar um projeto para a população. Temos um potencial enorme.”
Os altos índices de impopularidade ocorreriam por conta de um enfraquecimento recente da economia que estaria se dando não em função das políticas do próprio governo, mas sim devido a profusão de propostas de candidatos extremistas que preocupariam consumidores e investidores. Pelo fato de Temer, no seu entendimento, ter assumido legitimamente, mas sem ter sido eleito. E, ainda, em função da recessão e dos altos índices de desemprego que o ex-ministro credita a “herança dos governos anteriores”.
Apesar de indicar a recessão e o desemprego como heranças das administrações petistas (mesmo que o número de desempregados tenha aumentado nos últimos dois anos) Meirelles assinalou a importância de seu papel durante os dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando presidiu o Banco Central (BC). “Muitos que declaram intenção de voto nele (Lula) guardam uma boa recordação do período em que ele foi presidente. É o período em que eu tive uma função central como presidente do BC.”
Meirelles chegou a Porto Alegre na sexta-feira à noite e fez uma reunião com lideranças do MDB gaúcho. No sábado, após a coletiva no partido, participou do 2º Congresso Estadual do MDB Mulher. Nas próximas semanas ele deverá cumprir roteiros em 14 estados.
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