sexta-feira, 15 de junho de 2018

A volta dos militares

Resultado de imagem para militares


Novidade histórica: os militares voltarão ao poder, pela via democrática

O Estado de S. Paulo., Brasil 11 de jun de 2018 A2 DENIS LERRER ROSENFIELD, PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS. E-MAIL:DENISROSENFIELD@TERRA.COM.BR

A sociedade cansou-se do discurso de uma classe política que não mais a representa

Novidade histórica: os militares voltarão ao poder, pela via democrática. Eis um cenário altamente provável, que foge totalmente do padrão das últimas eleições. Estamos diante de um fato novo, que não se deixa mais reduzir aos moldes de uma polarização hoje vencida entre PT e PSDB. É forçoso reconhecer que o País mudou.

Essa provável volta contará com o apoio da sociedade e, certamente, das Forças Armadas. Para a opinião pública, os militares representam uma instituição da mais alta confiabilidade, que não foi tomada pela onda da imoralidade pública. Eles se tornaram, para muitos, uma opção, uma alternativa de poder. Seu prestígio só tem aumentado.

É bem verdade que todos os governos após a redemocratização contribuíram amplamente para isso. A segurança pública foi deixada em frangalhos, o crime assola a Nação, e tudo tem sido tratado com leniência e ineficiência, se não com complacência e simpatia ideológica. Crime não seria crime, mas uma forma de resposta social. Se os mortos falassem, eles lhes dariam uma resposta adequada!

As pessoas estão aterrorizadas, nas ruas e em casa, e ainda são obrigadas a ouvir o discurso ensurdecedor do politicamente correto. Mais de 60 mil pessoas são mortas por ano e temos de ouvir as falas insensatas sobre a manutenção do Estatuto do Desarmamento, como se esse fosse o maior problema do País. Os cidadãos de bem tornam-se, graças ao legítimo direito à autodefesa, os responsáveis pela criminalidade!

A candidatura Bolsonaro surge como uma resposta a esse tipo de questão, por mais impreciso que seja ainda o seu discurso político e, sobretudo, econômico. Soube escutar esse anseio da sociedade, ciente de que o Estado não se pode sustentar sem o exercício da autoridade estatal.

O Estado, em negociações “democráticas”, virou refém de corporações de funcionários e empresários que se apoderaram de uma fatia do bolo público e são avessos a qualquer mudança. Se a tão necessária reforma da Previdência não foi realizada, foi porque as corporações de privilegiados se negaram a reduzir seus benefícios dos mais diferentes tipos.

A esquerda, seguindo sua degradação ideológica, ficou do lado das corporações públicas, como se elas representassem os trabalhadores, estes, sim reféns de baixos salários e do desemprego. As corporações do Judiciário e do Ministério Público também se recusaram a aceitar a igualdade básica dos cidadãos enquanto membros do Estado. Este se tornou presa de seus estamentos, perdendo o sentido da moralidade e do bem coletivo.

Tachar o discurso do deputado Jair Bolsonaro de extrema direita é o melhor atalho para refugiar-se na miopia ideológica. Só teria sentido se se considerasse a defesa da vida e do patrimônio das pessoas uma bandeira de extrema direita. Isso significaria, então, que a esquerda valoriza o crime e a violência? Ou não se preocupa com a vida e o patrimônio dos cidadãos?

A greve dos caminhoneiros mostrou com inusitada clareza que os militares se tornaram uma opção para boa parte dos cidadãos. Os pedidos de intervenção militar alastraram-se pelo País e foram muito maiores do que o noticiado. A sociedade clama por moralidade pública e por segurança física e patrimonial. Cansou-se do discurso de uma classe política que não mais a representa. Partidos com forte estruturação ideológica, como PT e PSDB, ficaram literalmente perdidos, tontos.

Evidentemente, tal saída seria uma ruptura institucional, ferindo uma democracia cambaleante. E mais imprópria ainda por ter o atual governo levado a cabo uma agenda reformista que está mudando o País, apesar de seus percalços. Não seria esse o destino desejável.

Nas últimas décadas os militares têm tido um comportamento exemplar, defendendo a democracia e a Constituição. Passaram por momentos muito delicados, sendo objeto de acusações as mais diversas, com a ameaça de revisão da Lei da Anistia pairando sobre eles. Souberam resistir no estrito respeito às normas constitucionais, enquanto seus opositores pretendiam jogá-las pelos ares.

Agora, todo um setor importante da sociedade brasileira clama para que voltem ao poder, por intermédio da candidatura Bolsonaro. Ele não representa apenas a si mesmo, mas responde a um apelo social, podendo contar com o apoio dos militares, embora as Forças Armadas permaneçam, enquanto instituição estatal, neutras e equidistantes em relação ao processo eleitoral.

É visível o empenho de militares da reserva em favorecer essa via democrática de volta ao poder. Generais importantes estão empenhados nesse processo, dando o seu aval a uma candidatura que, vitoriosa, poderá contar com o apoio daqueles que querem restaurar a autoridade estatal.

Acontece que a Nação apresenta uma condição de anomia, cada estamento puxando para o seu interesse particular, como se o Estado pudesse ser esquartejado, perdendo-se até mesmo a própria noção do bem coletivo. A desordem toma conta do espaço público, como amplamente demonstrado na greve dos caminhoneiros, que conseguiu curvar o governo no atendimento de suas demandas.

O caminho está aberto para que outras corporações sigam o mesmo caminho. A greve contou com o apoio da sociedade, que, do ponto de vista público, terminou prejudicada em todo esse episódio. O que contou, porém, foi a expressão de uma insatisfação generalizada, que encontrou aí uma canalização para o seu mal-estar.

E é esse mal-estar que está sendo a condição mesma do apoio social à volta dos militares ao poder. Talvez os que defendam a ideia da bolha da candidatura Bolsonaro, como se ela fosse logo explodir, não tenham compreendido que a sociedade não mais aceita uma classe política que se corrompeu e dela se distanciou.

Se há uma bolha, diria crescente, é a de uma sociedade que deseja mudanças. E ela, sim, pode explodir!


Estadão


Marun prevê perseguição a Temer e se diz apreensivo com hipótese de prisão do presidente

Letícia Moreira/Folhapress

Saque do PIS termina em 2 semanas; veja se tem direito a até R$ 954

Tem direito quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 30 dias em 2016, entre outras situações

Arte UOL

Ramos, o malvado favorito

Zagueiro chega à Copa como vilão da atualidade no futebol, entre polêmicas e a chance de fazer história

UOL Confere: Colocar até 20 litros de combustível funciona contra fraudes?

Recentemente, uma corrente que circula pelo WhatsApp traz uma sugestão de como não cair em fraudes

De transplante à mudança de sexo: saiba quais são seus direitos no SUS

A saúde é um bem de todos e um dever do Estado. Pelo menos é o que prevê a Constituição Federal

Carlos Jasso/Reuters

114 mortos e cidades fantasma: o vulcão que parou o tempo na Guatemala

Roupas no varal, comida na mesa: o vulcão congelou o tempo em vilarejos na Guatemala

Lula preso e líder nas pesquisas é "enigma da Lava Jato", diz Gilmar Mendes

Ex-presidente do TSE, Gilmar afirmou que a situação do petista provoca uma confusão na disputa eleitoral

Bolsonaro segue líder de influência nas redes, dez posições à frente de Alckmin

Alckmin é o 5º mais influente, atrás de Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (PSOL)

Sob intervenção, roubo cai no RJ e mortes pela polícia sobem

Interventor general Braga Netto apresentou a Temer plano da ação

Receita paga nesta sexta o 1º lote de restituição do IR

Também estão no lote de 2008 a 2017 que haviam caído na malha fina

Entretenimento

"Capitã Marvel" terá 1ª trilha sonora de super-herói composta por mulher

Dinheiro

Ele comprou Fusca com moedas que juntou aos 10 anos e agora ensina a poupar

Tecnologia

Novos cabos submarinos melhoram sua internet, mas você dificilmente nota

Agenda do dia

Futebol | Egito e Uruguai abrem dia na Copa do Mundo; outras 4 seleções jogam


Nenhum comentário:

Postar um comentário