terça-feira, 29 de maio de 2018

Flávio Rocha no RS: "Posições políticas devem desaguar nas urnas"

Pré-candidato do PRB à presidência da República considera que protesto dos caminhoneiros "já deu seu recado"

Pré-candidato do PRB à presidência da República considera que protesto dos caminhoneiros

Pré-candidato do PRB à presidência da República considera que protesto dos caminhoneiros "já deu seu recado" | Foto: Alina Souza

O empresário Flávio Rocha, pré-candidato à presidência da República pelo PRB, disse nesta segunda-feira em Porto Alegre que o episódio da paralisação dos caminhoneiros e a crise na qual mergulhou o país são emblemáticos do conflito que ele considera será o grande tema das eleições deste ano. “É o conflito entre uma imensa maioria que produz, puxa a carruagem, sua a camisa e banca os custos da gigantesca farra estatal e uma minoria que se apropriou do Estado em benefício próprio.”

Rocha, contudo, fez questão de estabelecer diferentes etapas da crise e alertar sobre seus limites. “Essa justa indignação dos caminhoneiros, a qual grande parte da opinião pública se associou, deu o seu recado. Mas agora começa a degringolar para uma extensa pauta que transcende o econômico e entra na esfera política. As posições políticas, partidárias e ideológicas terão a oportunidade de desaguar e se manifestar. Nas urnas, em 7 de outubro”, afirmou o pré-candidato, após ser questionado sobre o fato de se multiplicarem em grupos de whatsapp e as vezes em manifestações pedidos de intervenção militar.

Sobre a escalada da crise e o tensionamento constante que marca o período pré-eleitoral no Brasil, Rocha considerou que há hoje um déficit de liderança e usou como exemplo a situação atual, afirmando que é necessário “pulso mais firme.” “É inadmissível que tenhamos mais de uma semana de estradas obstruídas. É hora de haver mais energia. Daqui para a frente não dá para admitir a politização total. O governo precisa cumprir sua atribuição constitucional de devolver as estradas e as normalidades.” As declarações do pré-candidato do PRB foram feitas durante sua participação, como palestrante, na reunião-almoço ‘Tá na Mesa’, da Federasul.

Sobre a corrida pelo Palácio do Planalto, o grande número de candidatos e suas chances na disputa, Rocha se definiu como de centro e disse acreditar que o próximo presidente não será nem do campo político que classificou como de “extrema esquerda” e nem do que denominou de “extrema direita”. Ao primeiro atribuiu o “pior período da história econômica” e, ao segundo, “o descompromisso com a democracia e a mesma conivência com as corporações.” “Temos condições de aglutinar este amplo espectro de centro que preserve tanto a liberdade econômica como a política.” O pré-candidato considerou que sua propostas “para o campo dos valores” serão um diferencial. “Existem muitos projetos focados apenas nos temas econômicos, que são muito importantes. Mas acho que a eleição se dará predominantemente no campo dos valores. O que está movendo os eleitores, e esse episódio dos caminhoneiros está mostrando isso, é uma indignação com relação à inversão dos valores. Queremos representar um contraponto indignado a essa inversão.”

O pré-candidato defendeu ainda uma presença maior do Estado em setores essenciais, como saúde, educação e segurança; a geração de empregos e a desburocratização. E adiantou que, caso eleito, levará adiante a reforma da previdência. “A reforma tem grande impacto sobre a competitividade, as contas públicas e a taxa de juros. Mas precisa ser focada no problema real da previdência. Este problema não são os 32 milhões de pessoas com aposentadorias na faixa do 1,3 salário mínimo, e sim o um milhão de superaposentados. O atual governo, talvez por sua fragilidade política, não focou no problema real.”


Correio do Povo



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