Crise do abastecimento nos municípios também revelou que 131 estão em situação de emergência
Greve dos caminhoneiros refletiu no desabastecimento e serviços públicos no interior do Estado | Foto: Guilherme Testa / CP Memória
A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) apontou, na tarde desta terça-feira, que 73 cidades decretaram estado de calamidade pública em virtude da greve dos caminhoneiros. Em seu nono dia de paralisação, a crise do abastecimento também levou a 131 municípios a decretarem situação de emergência.
Os dados da Famurs ocorreram através de uma pesquisa com gestores de 380 das 497 cidades do Estado. Além das prefeituras que já decretaram calamidade (36%) ou emergência (64%), outras 106 podem vir a adotar estas medidas caso não haja normalização no abastecimento, revelou a Famurs.
Segundo o presidente da Famurs e prefeito de Rio dos Índios, Salmo Dias de Oliveira, o levantamento, concluído nesta terça, sinalizou que quase todas as administrações municipais foram impactadas com o desabastecimento. “A Famurs é contra o aumento abusivo dos combustíveis, por se tratarem do principal insumo dos municípios", afirmou.
"Apoiamos a greve dos caminhoneiros, com base na posição da maioria dos prefeitos, entendendo serem legítimas suas reivindicações que foram atendidas pelo governo federal. Diante disso, solicitamos que os caminhoneiros possibilitem o reabastecimento nos municípios, para não termos uma situação de caos, que já se avizinha”, avaliou.
De acordo com Oliveira, a maior preocupação dos prefeitos são com os efeitos da greve que pode persistir a longo prazo. "O segmento leiteiro está sendo obrigado a descartar toda a sua produção. A criação de aves e suínos está ameaçada, pois os animais estão sofrendo com a fome, havendo casos de canibalismo por falta de ração", ponderou.
O impacto nas receitas municipais, a partir do próximo mês, é visto pelos prefeitos como um grande problema a ser enfrentado. Segundo estudo realizado pela área de Receitas da Famurs, o corte do repasse da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-combustíveis) aos municípios, representará perdas de R$ 12 milhões aos cofres municipais.
Salmo informou que a Famurs está oferecendo todo o suporte às prefeituras para o encaminhamento das demandas que possam ser equacionadas junto ao Gabinete de Crise, criado pelo governo do Estado, sob coordenação do vice-governador José Paulo Cairolli.
Correio do Povo
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