Boletos com valor igual ou superior a R$ 400 precisam estar registrados na plataforma desde o último sábado, mas funcionamento ainda não é o ideal
Desde o último sábado (26), boletos com valor igual ou superior a R$ 400 precisam estar registrados na nova plataforma de cobrança para serem quitados. Entretanto, com o prazo chegando ao fim, consumidores reclamam de não conseguirem efetuar os pagamentos.
Passando a vigorar em julho do ano passado, a nova plataforma de cobrança da Federação Brasileira de Bancos ( Febraban ) está sendo feitas de forma escalonada, tendo sido iniciada com boletos a partir de R$ 50 mil.
A partir de 21 de julho, serão incluídos os documentos com valores a partir de R$ 0,01. Pela expectativa da Febraban, em 22 de setembro o processo será concluído, com a inclusão dos boletos de cartão de crédito e de doações, entre outros.
Com a ferramenta, é possível identificar o Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do pagador, facilitando o rastreamento dos pagamentos e permitindo o pagamento até mesmo de documentos vencidos. O próprio sistema verifica as informações em cada transação. Se os dados do boleto coincidirem com os da plataforma, a operação é validada.
O sistema, no entanto, tem registrado “intermitências em seu funcionamento”, como a própria Febraban reconhece. Proprietário de uma empresa de administração de condomínios, Nicson Vangel emite cerca de 30 mil boletos por mês. Segundo ele, cerca de 1 mil condôminos reclamam de não conseguirem pagar os documentos registrados na nova plataforma, que se tornou obrigatória para o setor por causa da introdução do limite de R$ 400.
Para solucionar o problema, Vangel reuniu-se com bancos , em Brasília, onde fica a sua empresa, mas ainda não conseguiu uma solução definitiva para o problema. “Os bancos ainda não estão preparados para isso. Às vezes, o pagador consegue pagar na boca do caixa, depois de tentar outro canal, como caixa eletrônico ou pela internet”, relatou. O empresário está resolvendo as reclamações caso a caso.
Custos
Ana Cláudia Goulart Moreira de Almeida, dona de uma empresa de manutenção de elevadores, também tem passado dificuldades. Ela precisou trocar a empresa que gerava os documentos porque não conseguia emitir as faturas com o registro. “Hoje estamos com três sistemas gerando boletos, tentando resolver isso", disse.
"Temos uma média de 300 boletos mensais. A quantidade de clientes que ligam falando que não conseguiram fazer o pagamento tem aumentado. Mesmo com o boleto registrado e a gente acompanhando tudo”, prosseguiu.
De acordo com Ana Cláudia, o problema no sistema de boletos gera custos para a empresa porque ela às vezes precisa ir até o cliente buscar um cheque para receber o pagamento. Ela tem oferecido outras opções para os clientes, como depósito ou transferência. “É um transtorno para a gente. São cerca de 50 clientes que não conseguem pagar. Mesmo acompanhando o depósito em conta ou com cheque, a gente perde o controle da contabilidade”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil - 28/05/2018 e SOS Consumidor
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