segunda-feira, 2 de abril de 2018

Presos da Operação Skala são soltos

Amigos do presidente Temer estavam detidos desde quinta-feira

José Yunes (E), amigo de Temer há 50 anos, foi solto neste sábado | Foto: Marcelo Chello / Estadão / CP

José Yunes (E), amigo de Temer há 50 anos, foi solto neste sábado | Foto: Marcelo Chello / Estadão / CP

Após uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), as pessoas ligadas ao presidente Michel Temer detidas na quinta-feira foram libertadas no final da noite desse sábado depois que prestaram depoimento sobre uma investigação de supostas irregularidades na concessão e administração de instalações portuárias.

"Tendo as medidas de natureza cautelar alcançado sua finalidade, não subsiste fundamento legal para a manutenção das medidas", afirmou Barroso na decisão.

A ordem respondeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para revogar as ordens de prisão temporárias, por considerar que objetivo das prisões - instruir as investigações em curso - foi alcançado. Entre os 10 detidos na quinta- feira estavam José Yunes, advogado, amigo e ex-assessor do presidente; o ex-coronel da Polícia Militar João Batista Lima, também amigo de Temer; o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e Antônio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar.

As prisões temporárias de até cinco dias haviam sido decretadas pela procuradora-geral Raquel Dodge no âmbito da Operação Skala. A operação havia sido autorizada

pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito que investiga se Temer recebeu propina para emitir em maio de 2017 um decreto beneficiando empresas do setor portuário.

Planalto criticou prisões

Na sexta-feira, o presidente Michel Temer se disse vítima de uma "trama" e que tentam impedir sua candidatura à reeleição. Sem citar Dodge nem Barroso, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República criticou as prisões.

"Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa", diz o texto.


AFP e Correio do Povo



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