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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Israel e Palestina, por Lúcio Machado Borges*

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A história de confrontação entre israelenses e palestinos, remonta há mais de 5.000 anos. Ben-Hur na Caldeia, a pátria de Abraão. O que ocorre hoje na Palestina ´uma confrontação entre filisteus e hebreus. Mas isso não é o único aspecto relevante desta história. Ambos são povos semitas. Ou seja, descendentes de Sem, filho de Noé. De Sem, originou Abraão e por sua vez, teve os filhos Isaac e Ismael. Da tribo formada por Isaac, se originaram os hebreus (os judeus, os israelenses). De Ismael, os filisteus (palestinos). As origens destes dois povos, são praticamente as mesmas. O que não impediu ao longo dos anos entrassem em permanente luta.

Depois de terem sido escravos no Egito e após o êxodo dos judeus , criaram na Palestina o grande Reino de Israel, que se estendeu até o ano de 135 d.C., quando fora derrotado pelo Império Romano. Deu-se ali, a grande diáspora dos judeus. Espalharam-se pelo mundo, foram perseguidos e assim começou a surgir no final do século 19, um movimento buscando reagrupar os judeus, em torno do Monte Sião, que existe em Jerusalém. Daí o fato de o movimento ter recebido o nome de sionismo.

O detalhe é que nestes quase dois mil anos que os judeus estiveram afastados da Palestina, ali continuou existindo uma outra civilização. A civilização esta que há 700 anos, aderiu ao islamismo. O movimento religioso, implantado por Maomé, espalhado por várias regiões da Arábia, Europa e Oriente.

Quando os judeus foram perseguidos na Europa, principalmente pelo nazismo, os judeus incrementaram o seu movimento de retorno à Palestina, que naquele momento, estava sob o controle do Império Britânico. Derrotaram na Primeira Guerra Mundial o Império Otomano, que até então, dominava a região. E assim, os judeus lutaram contra o domínio dos britânicos, através de uma guerra de guerrilha, para se estabelecerem na Palestina. Esse estabelecimento deu-se evidentemente, com o choque com aqueles que lá estavam. Para muitos palestinos, o estabelecimento dos judeus naquela regão, significou a perda de suas casas e de suas propriedades.

Em meio a este conflito, a ONU procurou contemporizar e criar dois Estados. Assim, no final de 1947, decidiu-se pela criação do Estado de Israel e do Estado da Palestina. Israel imediatamente acertou a proposta, criando o seu próprio Estado. Os palestinos, por considerarem que as suas terras tinham sido invadidas, não aceitaram e foram à guerra contra Israel, com o apoio dos demais países árabes. E o recém-criado Estado não só conseguiu resistir, mas também derrotar aqueles que o agrediram. Foi neste momento que deu-se a diáspora palestina.

Desde 1948, constituiu-se um Estado em Israel e os palestinos viraram refugiados. O episódio é chamado em árabe “karitha”, que significa catástrofe. Hoje, os palestinos vivem a maior parte na Cisjordânia e a outra parte, na chamada Faixa de Gaza. Em Gaza, há a presença da facção radical Hamas e que não aceita a existência do Estado de Israel. Na Cisjordânia, há a presença do Fatah, da autoridade Nacional Palestina de Mahmoud Abbas, que aceita a existência do Estado de Israel, desde que seja reconhecido o Estado Palestino.

Em 1993, chegou a ter um acordo de paz para a região, sob a mediação do presidente americano Bill Clinton, fixando esses dois Estados. Desde o ano 2000, o acordo entrou em um retrocesso acentuado. Hoje, as duas partes não tem conseguido sentar a uma mesa para uma negociação. Embora a comunidade internacional entenda que a solução passa pela constituição dos dois Estados.

*Editor do site RS Notícias

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