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sexta-feira, 30 de março de 2018

TJ-RS aceita denúncia contra delegado do caso de crianças mortas em Novo Hamburgo

Moacir Fermino Bernardo foi acusado de falsificação de documentos e corrupção de testemunhas

Moacir Fermino Bernardo foi acusado de falsificação de documentos e corrupção de testemunhas | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP Memória

Moacir Fermino Bernardo foi acusado de falsificação de documentos e corrupção de testemunhas | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP Memória

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) aceitou denúncia, nesta quinta-feira, contra o delegado Moacir Fermino Bernardo. O policial é acusado de falsificação de documentos e de corrupção de testemunhas no caso que investiga a morte por esquartejamento de duas crianças em Novo Hamburgo.

De acordo com o juiz Marcos Braga Salgado Martins, "há prova de materialidade e indícios de autoria dos crimes pelos quais é acusado Bernardo". São três acusações por falsificação e quatro por corrupção de testemunhas.

Conforme a denúncia, da Promotoria de Justiça Criminal de Novo Hamburgo, o delegado inseriu declarações falsas em relatórios por três vezes, enquanto que o policial denunciado cometeu esse crime uma vez. O delegado também é denunciado por prometer a quatro pessoas a inserção no programa estadual de testemunhas (Protege), o que lhes garantiria casa, comida e remuneração, para que fizessem afirmação falsa, em depoimento.

Provas coletadas pela Corregedoria-Geral de Polícia apontam que a história de Bernardo - que disse que as crianças teriam sido esquartejadas em suposto ritual macabro - culminou no indiciamento de sete pessoas. A resolução do crime teria sido descoberta por Bernardo através de "revelações divinas". A trama foi criada por um informante - o terceiro denunciado.

Segundo o MP, o delegado, depois de assumir temporariamente a Delegacia de Homicídios de Novo Hamburgo, juntou um relatório de serviço falso aos autos do inquérito policial contendo a história de que as mortes tinham ocorrido durante um ritual satânico e, então, solicitou as prisões temporárias. Não houve investigação de campo e apenas testemunhas corrompidas foram ouvidas, para corroborar a narrativa fictícia do informante.


Correio do Povo

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