Em conferência nos EUA, juiz destacou que membros do judiciário influem na política fazendo um bom trabalho
Moro palestra sobre combate à corrupção em Nova York | Foto: Fabiano do Amaral
O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância da operação Lava Jato, cujo nome foi mencionado como eventual candidato à Presidência, afirmou nesta sexta-feira, em Nova York, que "não é boa ideia" que juízes e promotores se lancem na política. A declaração foi feira em conferência sobre o combate à corrupção na América Latina, quando o magistrado foi questionado sobre funcionários do sistema judiciário entrarem na vida política para poder fazer mudanças. “Os juízes e promotores que fazem um bom trabalho podem influir na política, mas não disputar cargos eletivos”, o que poderia confundir a população, avaliou Moro, falando em inglês no seminário auspiciado pela organização Sociedade das Américas/Conselho das Américas.
Em 2016 o juiz apareceu na revista trimestral da organização, Americas Quarterly, em uma fotomontagem como um dos três caça-fantasmas, neste caso um “caçador de corruptos”, ao lado da procuradora-geral da Guatemala Thelma Aldana e do chefe da comissão anti-máfia da ONU naquele país. O colombiano Iván Velázquez, insistiu em que a operação Lava Jato não é motivada por interesses políticos. “Ninguém está sendo processado por suas opiniões políticas, mas porque pagaram ou receberam propina, lavaram dinheiro ou tiveram uma conduta criminosa específica”, disse. “São os políticos que cometem crimes os que criminalizaram a política.”
Em um dia de muito frio, vento e chuva, um grupo de manifestantes colou cartazes com a legenda “Lula é inocente” e uma foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na fachada do Conselho das Américas. “Justiça partidária é injustiça”, dizia outro cartaz com a foto de Moro. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro e enfrenta outros seis processos judiciais.
Esta semana o ex-presidente afirmou em declarações à agência de notícias AFP que todas as acusações foram montadas para “desmoralizar” sua candidatura às presidenciais deste ano, para as quais é considerado favorito, e para impedir o retorno ao poder do PT.
AFP e Correio do Povo
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