Ministro Serguei Lavrov classificou de "absolutamente inaceitáveis" medidas recentes dos norte-americanos
Ministro Serguei Lavrov classificou de "absolutamente inaceitáveis" medidas recentes dos norte-americanos | Foto: Yuri Kadobnov / AFP / CP
A Rússia vai expulsar 60 diplomatas americanos e fechará o consulado dos Estados Unidos em São Petersburgo - medidas idênticas àquelas adotadas por Washington contra Moscou pelo caso Skripal. A decisão foi informada nesta quinta-feira pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
As medidas adotadas por Moscou "incluem a expulsão do mesmo número de diplomatas e a retirada da acreditação do consulado-geral dos Estados Unidos em São Petersburgo", no noroeste da Rússia, informou Lavrov em coletiva de imprensa. "Enquanto os outros países tomarem medidas simétricas, isso é tudo pelo momento", indicou Lavrov.
O ministro russo acrescentou que o país está reagindo a "medidas absolutamente inaceitáveis, tomadas sob grande pressão dos Estados Unidos e Grã-Bretanha sob o pretexto do denominado caso Skripal". Moscou já havia expulsado 23 diplomatas britânicos e cessado as atividades do British Council.
Cerca de 30 países ocidentais anunciaram a expulsão de mais de 140 funcionários de missões diplomáticas russas por causa do escândalo do envenenamento do ex-espião Serguei Skripal em 4 de março na cidade britânica de Salisbury. Sua filha Yulia, que também foi envenenada, recupera-se rapidamente e já pode falar, informou o hospital, onde ambos estão sendo tratados. A investigação do caso mobiliza mais de 250 policiais britânicos.
A escalada diplomática não dá sinais de se atenuar, porque rapidamente Washington indicou que "não há qualquer justificativa para a reação russa". Washington "se reserva o direito" de voltar a responder, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert. Yulia Skripal, de 33 anos, saiu da Unidade de Tratamento Intensivo nesta quinta, e sua saúde "melhora rapidamente". "Já não se encontra em estado crítico, e sua situação é estável agora", disse o hospital de Salisbury.
Segundo a BBC, ela está consciente e pode falar, mas continua precisando de cuidados específicos "24 horas por dia", disse a diretora médica do hospital, Christine Blanshard. O pai, de 66 anos, permanece em situação crítica, mas estável, acrescentou. As autoridades britânicas responsabilizaram o governo russo pelo envenenamento, mas Moscou nega qualquer envolvimento no ataque.
O ataque de Salisbury é considerado o primeiro uso de uma arma química na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A terceira vítima, Nick Bailey, recebeu alta na última quinta-feira. Ele foi o primeiro policial a intervir para auxiliar Serguei Skripal e sua filha quando estavam inconscientes em um banco público. Segundo os investigadores, o pai e a filha entraram em contato pela primeira vez com o agente tóxico na residência do ex-espião.
"Os especialistas identificaram os níveis de concentração mais altos do agente neurotóxico, por enquanto, na porta de entrada da residência em Salisbury", disse a Polícia Metropolitana de Londres na quarta-feira. A investigação pode levar meses e se concentrará no domicílio de Serguei Skripal e seus arredores.
AFP e Correio do Povo
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