sexta-feira, 30 de março de 2018

Ex-ministro da Agricultura diz que prisão não tem justificativa

Wagner Rossi revelou que já respondeu 74 perguntas sobre o inquérito

O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi chegou na tarde desta quinta-feira, à sede da Polícia Federal em São Paulo, onde cumprirá prisão temporária. Rossi, que foi detido em Ribeirão Preto, é um dos alvos da Operação Skala, que é realizada no âmbito do inquérito que apura irregularidades no Decreto dos Portos. Rossi, que foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos, afirmou que a prisão é injustificada, porque, na época da edição do Decreto dos Portos, ele já tinha saído da Codesp há 15 anos.

O inquérito também envolve o presidente Michel Temer. "Fui chamado para falar de um assunto que não é da minha alçada que é o Decreto dos Portos. Eu tinha saído 15 anos antes da Codesp e, portanto, não tenho nada a ver. Já respondi a 74 perguntas. E, naturalmente, como procedimento do Judiciário é dessa maneira, vamos cumprir e respeitar." Segundo o ex-ministro, ele foi preso porque essa é a "orientação" atual do Judiciário. "Antigamente, você era chamado para dar declarações."

"Quem está no governo está sujeito a bombardeios", diz Temer

O Decreto dos Portos foi assinado em 2017 por Temer e supostamente teria beneficiado a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos. Além de Rossi, também foram presos na operação o advogado José Yunes e o ex-coronel da PM João Batista Lima, amigos pessoais de Temer, e Milton Ortolan, braço direito de Rossi. O único que ainda não está na PF é o ex-coronel, que passou mal e foi levado para o hospital. Ortolan chegou antes das 8 horas na sede da PF. No começo da tarde, foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo delito, e voltou por volta das 14 horas.

Marun diz que prisões da PF não enfraquecem governo e Temer

As medidas foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinadas pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito no STF. A PF cumpre os mandados, mas está impossibilitada pelo Supremo de falar sobre o caso. Durante a manhã, diversos carros da PF chegaram com malotes e computadores. A perspectiva é que as diligências não se encerrem rapidamente. Todos os cinco detidos no Estado de São Paulo cumprirão prisão temporária na sede paulista da PF.


Operação Skala

QUEM SÃO OS PRESOS

DEMAIS ALVOS:

Eduardo Luiz de Brito Neves

Gonçalo Torrealba

Ana Carolina Borges Torrealba

Rodrigo Borges Torrealba

Maria E. Adenshon Brito Neves

Carlos Alberto Costa Filho

Carlos Alberto Costa

  • José Yunes
    Advogado, amigo e ex-assessor de Temer

  • Antônio Celso Greco
    Empresário, dono da empresa Rodrimar

  • João Batista Lima
    Ex-coronel da Polícia Militar de SP e amigo de Temer

  • Wagner Rossi
    Ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente da estatal Codesp

  • Milton Ortolan
    Auxiliar de Wagner Rossi

  • Celina Torrealba
    Uma das donas do grupo Libra


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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