1. Até uma semana atrás havia uma certeza sobre as eleições de 2018 no Rio. Haveria um tema que monopolizaria a campanha e os debates: a segurança pública.
2. Há meses que os pré-candidatos mobilizaram suas equipes, levantaram as estatísticas, cadastraram artigos de especialistas e sobretudo formaram grupos de trabalho de policiais e militares para debater o tema.
3. As primeiras propostas iam construindo os programas de governo dos candidatos para a Segurança Pública. Os coordenadores de suas equipes e destes grupos de trabalho já faziam palestras e expunham suas ideias aos públicos para os quais se apresentavam.
4. O interesse atraía pessoas de todas as idades, nas faculdades, nos locais de trabalho, nos quartéis, em associações, nas comunidades, nos condomínios...
5. Mas uma semana atrás o governo federal surpreendeu a opinião pública, os políticos e surpreendeu a imprensa: um decreto presidencial determinava a intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro.
6. O Congresso, por ampla maioria das duas casas, aprovou o decreto. Todos os projetos de emendas constitucionais tiveram que ser sustados enquanto permanecer a intervenção.
7. As primeiras pesquisas de opinião mostram um enorme apoio à medida. Os generais responsáveis pela intervenção foram nomeados e passaram a ter dimensão pública.
8. Em torno de 90% dos eleitores do Rio de Janeiro apoiam as medidas. Criou-se uma expectativa positiva e geral.
9. Com isso, as equipes e grupos formados pelos pré-candidatos perderam sentido. A base eleitoral (dos pré-candidatos) favorável à intervenção passou a não ter mais interesse naquelas ideias. O programa para a Segurança Pública desses passou a ser a própria intervenção.
10. Do outro lado, os pré-candidatos e suas equipes alinhados pela esquerda e críticos da ênfase nas ações policiais, recuperaram o discurso de sempre: a insegurança e a violência são efeitos e, portanto, as ações sociais é que devem ser destacadas.
11. Mas como ninguém é eleitoralmente suicida, as críticas avançaram com suavidade, sublinhando as questões democráticas e os direitos constitucionais.
12. A 6 meses das eleições, se não há tempo para um sucesso completo da intervenção, também não há tempo para um fracasso da intervenção. E jogar o tema para 2019 ou mais não resolve a questão eleitoral.
13. Por tudo isso -seja por um lado, seja por outro-, seja pela direita, seja pela esquerda, a questão da Segurança Pública passou a ser um NÃO TEMA ELEITORAL. E os pré-candidatos, suas equipes e marqueteiros terão que reciclar as agendas eleitorais de 2018 no Rio de Janeiro.
Ex-Blog do Cesar Maia
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